Se você pensa em criar um ambiente em sua casa que seja predominantemente clássico, tudo bem. Melhor ainda, se puder “quebrar” o ar sisudo do local com uma peça de decoração da ilha de Bali, na Indonésia, por exemplo, ou do Nepal, talvez no Nordeste brasileiro.
A fusão de estilos é bem vinda por arquitetos e decoradores, desde que o equilíbrio seja a premissa para que nem o ambiente nem as peças de decoração fiquem desvalorizados devido a uma intervenção indevida.
“É preciso cuidado, principalmente com peças como estatuetas, esculturas. Elas precisam estar em um local valorizado para ter o merecido destaque, senão o conjunto do ambiente fica comprometido”, analisa a arquiteta Thaís Maestrello.
Para ela, não há ambiente que não comporte mistura de estilos. “O eclético está em alta e é possível misturar estilos sem perder o valor das peças envolvidas. Basta ter harmonia e na última Casa Cor de São Paulo, percebemos isso”. Ela é responsável pela criação dos ambientes em que um sem-número de peças de decoração étnicas estarão expostas ao público a partir da próxima quarta-feira, no novo espaço Gili Design e Paisagismo.
Um contêiner veio direto da Indonésia cheio de peças artesanais dos mais variados povos da Ásia.
Patrícia Borges e o noivo Pedro Foresto Crispim foram conhecer os países hindus e budistas e começaram a adquirir peças inicialmente para decorar a casa em que pretendem morar após o casamento.
Devido ao volume do que estavam adquirindo, decidiram mudar aparentemente de planos e abrir uma loja.
Assim, foram visitar diversas ilhas da Indonéia, como Bali, Java. Timor Leste, além da Tailândia, China, Tibet, Nepal, Laos. De quebra pegaram no caminho algumas peças da Índia, mesmo sem pisar no país.
O roteiro do casal incluiu tudo o que o exótico permitiu, como Hong Kong, Macau, Bangcoc, Koh Tão, Bali, Java, Lombok, além das Gili Islands – três pequenas ilhas na Indonésia, Gili Air, Gili Meno e Gili Terawangan. Para se chegar nas ilhas Gili, a viagem dura 8 horas de barco, partindo do continente.
Aqui no Brasil, Patrícia abriu o leque de peças decorativas étnicas e a exceção fica por conta dos potes de barros antigos do Nordeste.
Entre as peças, existem esculturas de Buda em madeira e bronze compradas na ilha de Java. Há também máscaras de madeira esculpidas e pintadas à mão, ou na cor natural da madeira típica da região.
Junto ao Buda, também em madeira, há o Barong, o guardião do templo hindu, também da ilha de Bali.
Os tapetes são expressivos, como o de Timor Leste, confeccionado à mão por povos nativos. Uma das peças mais caras e significativas do acervo. De Sumbaya, ilha da Indonésia junto com Bali, Java, Timor Leste e ilhas Gili, uma batik ikat que serve como manta sobre sofás ou para expor em paredes. A maior peça, em termos de importância é a escultura em bronze do deus hindu Shiva, integrante da tríade hindu Trimurti, que possui ainda Vishnu e Brahma.