Detectada em meados da década de 70, e cognominada no início da década de 80, a expressão “Síndrome dos Edifícios Doentes” (SED) refere-se à relação de causa e efeito, entre as condições ambientais observadas em áreas internas, com reduzida renovação de ar e os vários níveis de agressão à saúde de seus ocupantes. Epidemiologicamente, estas condições ambientais adversas, tornaram-se importante área de estudo, decorrentes das agressões ao conforto e ao bem-estar de quem vive em ambientes fechados, característica da sociedade contemporânea.
Em 1982, a Organização Mundial da Saúde (OMS), através de uma comissão de “experts” definiu como “Síndrome dos Edifícios Doentes” (“Sick Building Syndrome”), uma combinação de sintomas gerais que afeta diretamente os ocupantes de ambientes fechados. Entretanto o crescente número de agravos à saúde humana, mesmo não atendendo aos critérios epidemiológicos da SED, culminou com a definição da “Doença do Ambiente Interno” - DAI - (“Building Related Illness”), como um estado mórbido ligado às condições do ambiente interno. Estas sintomatologias podem estar ligadas a poluentes de origem física, química e biológica, isolada ou associadamente. Não menos preocupante que o processo de poluição biológica, é a poluição de origem química, quer do ponto de vista de Saúde Pública, quer do ponto de vista de Saúde Ocupacional, em função dos graves quadros produzidos, bem como das seqüelas, freqüentemente presentes entre as pessoas agredidas. A exposição ao ar em ambientes interiores, climatizados artificialmente ou não, quando contaminados, constitui um fato comum entre os mais variados fragmentos populacionais. O impacto na saúde humana e a degradação dos conceitos de “Qualidade de Vida” têm preocupado autoridades sanitárias em todo o mundo. Na corrida incessante e desenfreada na busca de um padrão ideal de qualidade de ar ambiental o segmento social organizado da população tem desenvolvido e disponibilizado várias propostas de remediação, sem o adequado processo de avaliação técnico-científica. Dentre elas destacam-se os equipamentos de tratamento de ar. Alguns equipamentos para tratamento e purificação do ar em ambientes fechados deliberadamente produzem o gás ozônio. Os fabricantes afirmam que estes aparelhos são eficazes, seguros e inofensivos para a saúde. Muitos afirmam até ter aprovação de órgãos federais americanos para uso em ambientes fechados. Segundo a Agência Americana de Proteção ao Meio Ambiente (Environment Protection Agency - EPA) nenhum órgão do governo federal aprovou qualquer aparelho deste tipo para uso em ambientes fechados e diversos profissionais da área da saúde vêm rebatendo a utilização do ozônio para o tratamento do ar há quase um século.