Na hora de reformar, construir ou decorar, pintam sempre algumas dúvidas. Será que vale a pena contratar um arquiteto ou eu mesmo posso planejar minha obra? Será que esse gasto é supérfluo? O que esse profissional pode realmente fazer para me ajudar? Segundo o presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil - Departamento de São Paulo (IAB), Gilberto Belleza, as pessoas só se dão conta de como é importante ter a orientação de um profissional especializado quando já estão executando a obra. “Contratando um arquiteto não se corre risco de bater a cabeça nos degraus da escada, ou ter um interruptor atrás da porta, ou ainda uma caixa d’água sem pressão”, exemplifica. Para Belleza, a reforma pode até seguir sem orientação especializada, mas, com certeza, não terá as melhores soluções, o que vai influenciar, e muito, no resultado final. Definir o projeto, distribuir corretamente os espaços, planejar a obra, a ventilação os materiais adequados, resolver questões hidráulicas, elétricas e estruturais são algumas das funções do arquiteto, que pode também atuar em arquitetura de interiores. Por que contratar um profissional? Você pode contratar os serviços de um arquiteto ou de um escritório de arquitetura por vários motivos. Uma das razões pode ser apenas uma consultoria: identificar qual a melhor opção de compra de um terreno ou de um imóvel numa determinada região; Outro motivo, bastante comum, é contratá-lo para desenvolver o projeto da casa onde você pretende morar. Existem profissionais, no entanto, que dão suporte do início ao fim da construção. Além de fazer o projeto, administram a obra, contratam operários, compram materiais. Há escritórios, porém, especializados apenas em planejar a decoração e o mobiliário da casa. Por isso, tenha bem claro qual profissional se encaixa melhor no seu caso. Faça a escolha certa! Não tome decisões apenas baseado em indicações de amigos. Antes de fechar qualquer negócio, conheça de perto o trabalho do arquiteto. Cheque seu currículo, seu portfólio, verifique seus principais projetos, visite as obras que ele está administrando, converse com outros clientes. Essas precauções ajudam a evitar aborrecimentos futuros. Enumere seus desejos Profissional e cliente devem manter sempre um ótimo diálogo. Se você realmente quer morar numa casa que atende às suas necessidades, então, não tenha receio de expor seus desejos e hábitos. Tente encontrar exemplos do que você quer em revistas de arquitetura ou de decoração. Essas informações vão ajudar o arquiteto a planejar a casa de seus sonhos. É bom lembrar, porém, que uma casa não pode ser uma colagem de vários ambientes vistos numa revistas nem a composição de várias fachadas. Quanto isso vai custar? O IAB tem uma tabela de referência de honorários. Alguns arquitetos, porém, costumam calcular o preço de seus projetos por metro quadrado. Quando o profissional também administra a obra, ele pode exigir uma porcentagem sobre os gastos referentes ao material de construção ou, então, combinar um preço fechado, que é calculado depois de se fazer uma estimativa de todo os gastos. Há ainda uma terceira alternativa: pagar apenas as horas técnicas do profissional (que podem variar de acordo com a experiência do arquiteto). Nesse caso, o cliente fica responsável pela compra do material de construção e pela contratação da mão-de-obra. Atenção no contrato É importante discriminar todos os serviços que serão prestados pelo profissional. Em geral, devem constar no contrato informações sobre o projeto, do que ele trata, suas etapas, os valores a serem cobrados pelos serviços, a forma de pagamentos e os prazos de entrega. Não deixe também de acertar os detalhes quanto à aprovação do projeto na prefeitura local. É o arquiteto quem dá entrada nessa documentação junto aos órgãos competentes, embora, na maioria das vezes, seja o cliente que assuma essas despesas. Pequenas reformas que não ocasionam aumento de área, como troca de revestimentos ou encanamento, não exigem aprovação da prefeitura. Etapas do projeto Depois de conversar bastante com o cliente, o arquiteto começa a desenvolver seus estudos. Numa primeira fase, apresenta um esboço geral, no qual constam apenas as informações básicas. Em seguida, prepara-se o anteprojeto, que é um pouco mais detalhado e contem o conceito estrutural. A partir daí, providencia-se o projeto legal, para aprovação nos órgãos públicos, e o pré-executivo, que já inclui todos os materiais de acabamento. Numa etapa final, o cliente recebe o projeto executivo, que chegará na obra em cópias heliográficas (pretas e azuis) ou plotagens de computador para orientar a construção. É muito importante manter as cópias desses desenhos, incluindo os projetos hidráulico e elétrico, pois você poderá precisar deles em futuras reformas ou possíveis reparos.