Medidas simples como o controle do número de funcionários e horas extras, a divisão da conta de água do edifício pelo Cadastro por Economias (da Sabesp) e a substituição de lâmpadas incandescentes por modelos mais econômicos mostram-se bastante eficientes à economia do condomínio e à redução das taxas mensais pagas pelos moradores. A folha de pagamento de funcionários costuma corresponder a 50% das despesas de um condomínio residencial. Por isso, deve ser o primeiro item a ser verificado. Se o índice passar muito dos 50% é sinal de que algo está errado. Verifique se é comum o excesso de horas extras, se há muitos funcionários antigos, o que requer o pagamento de biênios (aumentos especiais a cada dois anos) ou se é alta a rotatividade do pessoal, gerando despesas pesadas com rescisões trabalhistas. Nesse caso, uma seleção criteriosa de funcionários é o indicado. O diretor da Artrax Administração de Condomínios, João Luiz Annunciato, recomenda que seja feito um estudo para saber se, economicamente, é mais vantajoso pagar horas extras a funcionários como zelador (salário mais alto do prédio) e faxineiro para substituir porteiros em folga, ou contratar um funcionário (folguista) como encarregado de serviços gerais. A vantagem é que este colaborador, quando não estiver na portaria ou cobrindo folga do garagista, vai ajudar nas tarefas diárias do edifício. O ideal é que o encarregado ganhe 20% a mais que um faxineiro, por acúmulo de funções. Mesmo assim, seu custo poderá sair mais em conta ao condomínio, que o pagamento constante de 20% a mais ao zelador, por acúmulo de atividades. De acordo com Annunciato, o número básico de funcionários para um edifício de 13 andares, com 52 apartamentos (quatro por andar), por exemplo, é de um zelador, três porteiros e dois faxineiros, sendo um deles encarregado de serviços gerais. Todos trabalham seis dias por semana, com uma folga semanal, sendo obrigatório o descanso um domingo por mês. Para economizar é preciso também checar se os valores de contratos de manutenção de elevadores, bombas d’água, interfones e portões estão dentro da faixa de preço do mercado. Periodicamente, solicite orçamentos a várias empresas, compare os serviços oferecidos e os preços e, em caso de disparidade nos valores da atual empresa, contrate nova prestadora de serviço. Além dessa dica, o diretor de condomínios do Secovi-SP, Sindicato da Habitação, e da empresa PhD Planejamento e Negócios Imobiliários, Cassio Thut, aconselha fazer uma lista de procedimentos para os funcionários. Alguns exemplos: acender as luzes das áreas comuns externas mais tarde que o habitual, durante o horário de verão; regar os jardins no fim da tarde, quando o sol se por, para aproveitar melhor a umidade e evitar o desperdício de água; manter controles constantes dos materiais de limpeza consumidos. “É comum a utilização de produtos caros e inadequados para determinada área do edifício e o desperdício de sacos de lixo, um item que pode ser considerado caro”, diz Thut. Detalhes simples como esses, muitas vezes passam despercebidos no dia-a-dia, mas resultam em economia significativa para o condomínio.