Apesar de não ser responsável pela segurança total de um prédio ou condomínio, o porteiro precisa ter sensibilidade para identificar situações de perigo. E com a percepção desta e de outras necessidades, como conhecimentos básicos em informática, algumas empresas têm investido em profissionais mais qualificados.

De acordo com o Observatório do Emprego e do Trabalho, a profissão de porteiro e vigia além de ter empregado mais pessoas estes ano em comparação ao ano passado, também já exige mais instrução dos profissionais. Dos 4.109 porteiros e vigias no cargo até julho deste ano, 46,33% têm o ensino médio completo. E o número de contratados analfabetos caiu 34,78%.

Para o proprietário da agência de empregos Parceria RH, Aparecido Scandiussi Filho, os dados refletem a necessidade de pessoas mais qualificadas para o cargo. Mas o grau de escolaridade, apenas, não garante a contratação. “As empresas geralmente procuram pessoas que tenham, além de instrução, conheçam normas de segurança e saibam atender o público. Os profissionais com idades entre 30 anos e 50 anos também têm preferência por estarem mais aptos a aprender e por serem mais estáveis no emprego.”

E com o novo contexto de informatização da segurança da maioria dos prédios e condomínios, ainda há uma outra exigência comum. “Tem empresas que ainda pedem experiência no cargo, mas não são todas. Hoje a necessidade básica é saber informática”, disse Scandiussi.

Segundo João Gustavo de Carvalho, presidente do Sindicato dos empregados em Condomínios e Edifício de Ribeirão Preto e Região, por causa do novo tipo de segurança destes locais, o sindicato deve intensificar os cursos de qualificação em 2010 aos associados. Ele afirmou que cerca de 800 porteiros já são associados, o que significa, cerca de 95% do total de profissionais da área.

Os homens continuam predominando nas portarias. Mas na cidade o número de mulheres no cargo aumentou de 172 em julho de 2008 para 210 no mesmo período de 2009. “Assim como nas outras profissões elas também estão conquistando espaço nas portarias”, disse Scandiussi.

Se atualizar é preciso também

Algumas habilidades que se desenvolvem com o tempo ajudam a ter sucesso na profissão. No entanto, a necessidade de atualização também é comum entre os profissionais que estão empregados há muito tempo em um único local.

O porteiro José Márcio, 44 anos, trabalha há 11 anos no mesmo prédio. Ele contou que a profissão exige experiência e habilidades que vão além das funções básicas como atender quem chega e quem sai do prédio. “A profissão de porteiro não é apenas atender telefone, o interfone e anotar recados. Trabalhar em portaria exige conhecimento, tem que prestar atenção na movimentação dentro e fora do condomínio. Com o tempo a gente consegue visualizar movimentos estranhos e com isso é mais difícil ocorrer assaltos.”

Mesmo com experiência, Márcio afirmou que é necessário se atualizar. “Tenho cursos de informática e sempre procuro me atualizar em todos os aspectos que melhore meu desempenho.” (LA)