Um item obrigatório que consta no RIA (Relatório de Inspeção Anual) são as vistorias mensais dos elevadores. Há duas opções de contrato: de conservação ou manutenção simples --a cerca de R$ 300 mensais por elevador-- e de manutenção preventiva ou integral --custa, em média, R$ 750 mensais por elevador.

Apenas na última a troca de peças está inclusa. E ambas podem ter desvantagens.

"Empresas não idôneas podem trocar peças antes do necessário, no primeiro caso, ou esperar um defeito grave para fazê-lo, no segundo", alerta o engenheiro mecânico Heraldo Melo, 55, diretor da consultoria em elevadores Hertech.

Em São Paulo, é obrigatório contratar empresa cadastrada no Contru (Departamento de Controle do Uso de Imóveis).

Como responsável civil e criminal pelo conforto e pela segurança de condôminos e visitantes, o síndico deve estar atento a alguns sinais.

Uma boa visita deve durar cerca de duas horas, por elevador, segundo o presidente do Seciesp (sindicato de empresas de elevadores de São Paulo), Fábio Aranha, 41.

"O técnico vai à casa de máquinas, verifica barulhos, anda por cima da cabine para ver se há problemas nos trincos de segurança e nas guias [trilhos]", descreve o consultor Melo.

O síndico ou o zelador deve verificar se o técnico assinou, anotando data e número de sua matrícula na empresa, o check-list --a ser afixado na porta interna do quadro de comando, que fica na casa de máquinas.

Moradores devem informar ao síndico anormalidades, como vibração e ruído estranhos e desnível da cabine em relação ao pavimento nas paradas. Ele não pode ser superior a 10 mm pela norma técnica de elevadores (NBR NM 207) para os fabricados desde 1999.

Outros indícios que devem ser comunicados são paradas em andar diferente do solicitado e defeitos nos botões de abrir e fechar e no sensor da porta, alerta o tenente do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo Marcos Palumbo, 33.

Problemas nas portas da cabine e do pavimento correspondem a 65% dos chamados atendidos pela empresa ThyssenKrupp.

A norma técnica exige que ambas sejam automáticas --em elevadores fabricados antes de 1999, elas são do tipo eixo vertical, abertas pelo passageiro.

Vandalismo

Esbarrões com carrinhos de bebê ou de compras podem tirar a porta da cabine dos trilhos. "E quando o ajuste do contato não está bem-feito, o equipamento é programado para não partir", explica Paulo Duarte, 36, gerente da ThyssenKrupp em São Paulo.

Brincadeiras como pular no elevador podem fazê-lo parar, porque o sistema de segurança detecta excesso de vibração e trava o equipamento.

Vandalismo e uso inadequado --como abertura brusca de portas e acionamento de botoeiras sem necessidade-- são coibidos com instalação de câmeras, sugere Abdon de Souza Filho, 42, da administradora de condomínios Prop Starter.

"Já a porta da casa de máquinas deve ficar trancada", lembra o gerente regional da Atlas Schindler, Osvaldo Gazola.

DÉBORA FANTINI
da Folha de S.Paulo 13/04/08