Anna Regina Tomicioli

foto: Jefferson Barcellos/A CIDADE
O que torna um edifício inteligente é o planejamento e previsão das necessidades de seus usuários. Cada aspecto de um edifício inteligente está relacionado a custos e benefícios. Não se trata de ter à disposição equipamentos mirabolantes que oferecem e fazem verdadeiras maravilhas. Tudo é uma questão de gestão de controle.
Mais aplicado a prédios comerciais, o conceito de edifício inteligente começa a chegar às construções residenciais.
Especialista em construir edifícios para habitação, a Habiarte Barc adaptou o conceito e levou o padrão para o seu primeiro edifício residencial inteligente.
Localizado no Mirante Morro do Ypê, loteamento ‘fechado’ situado no interior do Jardim Botânico, o edifício Cidade de Petrópolis está em construção e terá um apartamento modelo (sem os móveis, como o morador vai recebê-lo) disponível para visitação a partir do final de março.
Monitoramento
“O edifício inteligente é aquele que consegue o monitoramento de todas as instalações comuns”, explica a arquiteta da construtora, Teresa Cristina Madureira de Souza Lima. O monitoramento é feito por programas de informática.
“O Cidade de Petrópolis será o primeiro deste conceito (de inteligente) como completo. Porque a construtora entende que não adianta deixar somente a infra-estrutura. Você tem que deixar o serviço pronto para o teu condômino poder usar de fato”, comenta.
Teresa refere-se à condição da construtora deixar tudo tubulado para o que condomínio faça as instalações. “Aí dependeria de uma reunião de condomínio, de uma aprovação de verba, de um monte de coisa até começar a funcionar”, diz.
Foco
O conceito está focado em deixar o prédio o mais pronto possível para o cliente. “Nas áreas de uso comum, a gente vai entregar completo”, comenta Teresa.
Haverá controle dos serviços de elevadores, temperatura interna do edifício, segurança, som ambiente e consumos (água, luz e gás), este tanto das áreas comuns como de cada unidade habitacional individualmente.
As tubulações lógica e seca – que viabilizam instalações para TV aberta, Internet e telefonia – também estarão disponíveis em vários pontos no interior dos apartamentos.

SISTEMA
Condomínio é proporcional ao consumo do apartamento

No caso dos consumos, o sistema vai medir tanto a área comum (do edifício) como os gastos de cada apartamento.
Desta forma, na hora de ratear os gastos do condomínio, cada unidade pagará proporcionalmente ao seu uso e não como é feito no rateio tradicional, em cima do número de apartamentos.
“O condômino não vai pagar pelo seu apartamento e sim pelo seu uso”, descreve a arquiteta Teresa Cristina Madureira de Souza Lima.
Consciência
Para ela, a vantagem do sistema monitorado é despertar uma consciência coletiva de economia. No novo prédio, por exemplo, a construtora instalou uma cisterna para captar água de chuva e utilizá-la em jardins e áreas de lavagem.
“Essa reserva é para diminuir o consumo do condomínio em funções que não necessitam de água limpa”.
Aplicar o conceito de edifício inteligente às residências significa hoje atender às exigências do mercado. “Ou você começa a colocar benefícios para o seu cliente ou você se torna desinteressante”, conclui Teresa.

RELATO
Sinônimo de conforto para funcionários e clientes

O termo ‘edifícios inteligentes’ vem sendo usado mundialmente desde 1980. Surgiu em grandes centros como EUA, Japão e Europa para classificar edifícios totalmente automatizados.
O que era para ser uma inovação tecnológica, acabou gerando problemas. Além dos elevados custos de manutenção, tornou-se difícil encontrar pessoal habilitado a operar essas verdadeiras máquinas.
Inovações - Hoje em dia, esse conceito se aplica a inovações tecnológicas, segurança patrimonial, segurança física do empreendimento, conforto e inovações que o condomínio oferece.
“O que o usuário procura hoje é conforto para ele e para seus clientes”, avalia Antonio Petillo, da Pres Construções, incorporadora do empreendimento Ribeirão Office Tower, edifício comercial inaugurado há cerca de seis meses ao lado do RibeirãoShopping.
Antes de iniciar a obra, a construtora realizou uma pesquisa de mercado para conhecer as demandas de seus clientes em potencial.
Tendência
A opinião do advogado Aires Vigo, cujo escritório ocupa um andar inteiro do prédio, reflete exatamente esta tendência.
“Tenho uma carteira de advocacia grande, por isso precisava de um espaço maior, que comportasse essa realidade. E o padrão dos clientes que eu atendo, justifica um prédio que ofereça esse nível de conforto e facilidade acesso”, diz o advogado ao justificar porque escolheu montar seu escritório em um prédio localizado ao lado de um shopping e às margens de rodovias.
Sobre os custos maiores de um condomínio deste padrão, Vigo é taxativo: “É um custo que justifica”, diz ele. “Porque você conta com segurança, câmeras de monitoramento, garagens, um shopping e outros recursos diferenciados”, avalia o advogado.