Antônio Vicente Golfeto

Quando um município começa a crescer, a zona considerada urbana (parte do território localizada dentro da linha perimétrica urbana, como tal definida sempre por lei municipal) passa a, gradativamente, engolir pedaços da zona rural. Tudo o que a zona rural diminui em termos de área, a zona urbana aumenta.
A primeira diferença é palpável. Localizado na zona rural, o imóvel é sempre mensurado em hectare. Ou em alqueire. Imóvel urbano é medido em metro quadrado. A diferença é óbvia: o imóvel urbano é mais caro. Isto, claro, em termos gerais. E também menor.
Com Ribeirão Preto, o mesmo aconteceu. Para se ter uma idéia, a primeira linha perimétrica urbana instituída por ato municipal tem data de 1934, ao tempo em que o prefeito municipal de Ribeirão Preto era Fábio de Sá Barreto. E - por curiosidade e para se notar o desenvolvimento urbano da cidade - o bosque Fábio Barreto, tangenciado pela rua Tamandaré, pela rua Carlos Gomes, pela rua Liberdade, pela avenida Capitão Salomão, todas artérias localizadas no bairro dos Campos Elísios, por meio do decreto acima relacionado, estava situado ainda na zona rural.
O desenvolvimento urbano de Ribeirão Preto tem sido marcado pela valorização dos imóveis. Muito mais, aliás, do que desvalorizações eventuais, que também ocorrem quando determinados bairros perdem importância
, entram em decadência ou padecem de obsolescência funcional, como se diz.
Pois bem. Aplicar recursos financeiros disponíveis em imóveis aqui em Ribeirão Preto é fazer, quase sempre, uma boa escolha. Quase sempre, dizemos, porque o investidor pode – se não analisar bem – fazer uma escolha não muito feliz.
De uma maneira geral, aplicar em determinadas regiões é ganhar na certa. Fora, claro, a segurança que o imóvel enseja. E ganhar mais porque, desta maneira, quem aplica está sendo sócio do desenvolvimento urbano da cidade.
Fiquemos com alguns exemplos. Eles são visíveis em lançamentos, sobretudo nas
zonas norte – mais popular – e sul, esta evidentemente muito mais sofisticada. Estas regiões, como vimos acima, são algumas daquelas que tinham as terras comercializadas em hectares e, depois, em caros metros quadrados. Vejam o caso da avenida João Fiúza como exemplo.
Do ângulo místico, o nome tem importância singular
. Fiúza quer dizer confiança. Tem a mesma raiz etimológica de fidúcia, que quer dizer segurança, garantia. E o que é a economia moderna senão confiança, garantia, segurança? Tudo o que o imóvel pode oferecer. Pois bem, imagine quem investiu em imóvel nesta artéria pujante da cidade há vinte anos, quanto ganhou. O roteiro pode ser o mesmo para outras aplicações. Desde, claro, que bem analisado. Em imóvel ganha-se na venda. Mas pode-se começar ganhar muito mais na compra.