Aos 56 anos de idade, o garçom Antônio Simão de Souza, casado e pai de três filhos, chegou a pensar que seria refém do aluguel até o fim da vida. Em 2006, ele gastava cerca de R$ 500, incluindo locação e taxas, por um apartamento de três quartos, no Catumbi. Foi quando conheceu um gerente da Caixa Econômica Federal que o incentivou a fazer um financiamento habitacional.

Incrédulo, mas animado, Simão saiu à caça de um imóvel pela vizinhança. Em poucos meses, fechou negócio com a proprietária de um apartamento no mesmo bairro. A trigésima prestação - que chegou este mês - é pouco maior do que o que a quantia que gastava anteriormente: R$ 650.

“Houve uma burocracia por conta das certidões. Mas o crédito saiu rápido Os quando recebi as chaves, foi um sonho realizado.”

Quisemos fazer obras, ajeitar a casa - disse Simão, mostrando todo o apartamento e, principalmente, o banheiro reformado. ”Para quem é pobre e morou em favela, esse banheiro está um luxo”, brincou.

O crédito imobiliário vem ganhando ênfase nos últimos anos no Brasil. Diante de um cenário favorável a financiamentos de longo prazo, o governo se concentrou em ampliar prazos e reduzir juros para incentivar a compra da casa própria, uma vez que o déficit habitacional no país atinge cerca de 6,2 milhões de brasileiros.

TOTAL DE EMPRÉSTIMOS AUMENTO 2.000% EM 15 ANOS - Em 1995, um ano depois da implantação do Plano Real, o volume de empréstimo habitacional era de R$ 2,020 bilhões em todo o país. A cifra, apesar de alta, quase some se comparada com os números fechados do ano passado, que chegaram a nada menos que R$ 41,358 bilhões. O crescimento nesses 15 anos, portanto, é de quase 2.000%.

“Tenho certeza de que consegui realizar o meu sonho, assim como outros brasileiros, graças ao Plano Real. No começo, foi tudo muito confuso, a gente já vinha de outros planos fracassados e tinha que fazer aquelas conversões da URV. Mas, depois, fomos nos habituando e percebendo que o plano foi muito bem idealizado, veio para ficar”, afirmou Simão.

08/07/09