Houve um tempo em que o anel viário delimitava a área urbana de Ribeirão Preto. Ali terminava a cidade. E começava a zona rural.
Aliás, depois do anel viário iniciava-se, num comprimento de dois quilômetros mais ou menos, a área de expansão urbana.
Mas isto foi no passado. Hoje é diferente. A cidade desrespeita o anel viário, antiga linha perimétrica urbana. E prossegue depois dele. Vale dizer: é cidade mesmo depois de se ultrapassar a linha que separa a zona urbana da zona rural.
E não é de hoje que isto acontece. O primeiro bairro a extravasar o anel viário, avançando sobre a zona de expansão urbana e adentrando ao que, então, era zona rural, foi a Vila Abranches. Isto no começo dos anos sessenta do século XX. Depois outros bairros imitaram a Vila Abranches. E continuam imitando, sempre recebendo investimentos que se traduzem em compras de terrenos e, depois, em construção de imóveis para diversos fins.
A cidade cresce além da via Anhanguera e praticamente transforma esta rodovia em artéria urbana.
Um passeio de automóvel pelo anel viário mostra este crescimento, expansão de loteamentos por trás dos quais se percebe a retomada dos investimentos em terrenos recentemente incorporados à paisagem urbana de Ribeirão Preto.
Os terrenos postos à vista de quem presta atenção mostram uma modalidade de aplicação de capitais, de recursos financeiros. Evidenciam uma modalidade de investimento, exatamente a mais conservadora. Mas indicam também a expectativa de aplicação na indústria da construção civil, exatamente quando sobre o terreno iniciar-se a edificação de casa, de salão, de edifícios, de galpões para indústria, etc.
Ribeirão Preto, dentro de pouco tempo, carecerá de novos limites que definam o espaço urbano e o espaço rural. É que atualmente há muito imóvel na área de expansão urbana - já invadindo o perímetro rural - sendo construção característica de cidade.
Antônio Vicente Golfeto