Ano novo é hora de rever gastos. Que tal pagar um taxa de condomínio mais baixa em 2007? Algumas medidas simples adotadas por moradores e síndicos podem reduzir às despesas.
Segundo Sérgio Tadeu Gonçalves, diretor de uma administradora de condomínios a maior despesa é com mão-de-obra e encargos. O pagamento da folha dos funcionários representa entre 60% e 70% do gastos.
“É essencial equacionar a escala de trabalho, ajustando-a de maneira a evitar horas extras. Elas carregam um alto percentual de adicionais”, fala.
Gonçalves comenta que a figura do zelador está desaparecendo no quadro dos edifícios, mas caso exista ele deve desempenhar funções para diminuir ônus na folha, como cobrir a carga horária dos folguistas. “A adoção destas medidas pode reduzir em até 20% a folha”, diz.
Uma reestruturação na jornada de trabalho dos funcionários do edifício Atlanta vai reduzir em 30% o valor da taxa de condomínio.
“Contratamos um novo funcionário e montamos uma nova escala de trabalho”, cita o diretor da administradora, Weber Otávio Braga.
Outro grande vilão nas contas, para o diretor, é o consumo de água. Este item responde pela segunda maior despesa condominial. O síndico deve incluir no prédio o benefício de cobrança por unidade de abastecimento.
“A depender da ocupação do edifício chega a 50% a economia”, afirma.
O vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi - SP, Hubert Gebara também aconselha a implantação deste sistema. Para ele a medição individual da água faz justiça porque cada um paga pelo que usou.
“Além de reduzir o desperdício e a conta, zela pela preservação de um bem finito cada vez mais escasso”, ressalta.
O consumo também deve ser sensibilizado com revisão periódica nas instalações hidráulicas dos apartamentos, como a checagem das válvulas de descarga.

Energia elétrica x elevadores
O sobe e desce dos elevadores pesam excessivamente no condomínio. O sistema de inversor de freqüência auxilia para que os elevadores não sejam ativados ao mesmo tempo. A manutenção regular dos equipamentos para evitar desgaste das peças e a necessidade de reposição, é outra dica do diretor.
O síndico Luís Carlos Souza Prado consegui uma economia de 40% na conta de energia elétrica do edifício com a modernização dos elevadores.
Na reforma foram colocados sensores de presença nas cabines e indicador de andar, além da troca do sistema de controle, que era mecânico. As mudanças tornaram a conta mais leve.
“O prédio tem três elevadores. Agora se a pessoa está no quinto andar e quer descer tem a opção de chamar o que está mais próximo, o que diminui o consumo de energia”, explica o síndico.
Gonçalves alerta que a colocação de sensores nos andares e a instalação de lâmpadas econômicas nas garagens e subsolos amenizam gastos.
Na hora de abastecer a despensa com material de limpeza o síndico deve ficar atento. “As compras devem ser feitas mensalmente, apenas nas quantidades necessárias e sempre com levantamento de preços em três locais diferentes”, sugere Gonçalves.
E se é hora de fazer algum serviço ou reforma no prédio o diretor aconselha que se faça um orçamento separado de mão-de-obra e material.
“Isso pode significar redução do custo. Às vezes é possível conseguir um preço melhor do material e outro local”, completa.
Negociar a cobrança das tarifas bancárias pode ser um bom negócio. “Como o volume é grande é possível conseguir redução das tarifas de manutenção e emissão de boletos”, diz Braga.

DE OLHO
Moradores devem acompanhar as contas

Mesmo tendo síndico ou uma administradora de condomínios os moradores devem fiscalizar as contas e colaborar ativamente para a redução de custos.
O comerciante Renato Barreto mora num edifício no Jardim Paulistano e verifica mês a mês o extrato da taxa condominial. Sempre que observa alguma alteração coloca em pauta na reunião de prestação de contas do edifício.
“Já questionei o gasto com manutenção de extintores de incêndio, pois achei o valor abusivo. Sugeri que fizessem cotação com outras empresas na próxima vez”, conta.
No semestre passado a taxa do prédio teve aumento de 15% e Barreto resolver checar o porque do acréscimo.
“Gastava-se muito com energia elétrica. Com a colocação de sensor foto-célula o condomínio voltou ao valor anterior”, cita.
Para ele é fundamental que os moradores acompanhem as contas, para que não haja gastos desnecessários, nem seja usado o fundo de reserva.
“Geralmente fica na mão de administradoras que nem sempre têm grande interesse em reduzir custos. Tento sempre dar sugestões”, conclui Barreto.
O diretor Weber Braga diz que este acompanhamento pode trazer resultados efetivos na redução da taxa. No boleto do condomínio estão discrimados todos os valores, inclusive a previsão para o próximo mês.
“Os condôminos podem colaborar com experiências anteriores”, opina Braga.

VALESKA MATEUS