foto: WEBER SIAN
O assessor de comunicação Daniel Navarro vai se mudar para um condomínio fechado na rodovia Antônio Machado Sant’Anna. Todas às vezes em que visita as obras, precisa avançar cerca de sete quilômetros para ter acesso a Ribeirão Preto. “Além de pegar a rodovia, passo na frente do condomínio, novamente, pela pista oposta”, explica.
A cidade cresce sentido às rodovias que a circundam com a construção de condomínios residenciais, mas para os moradores o sistema viário não está acompanhando este crescimento.
“Há um vazio de avenidas naquela região. A prefeitura precisa se planejar para que a infra-estrutura acompanhe este desenvolvimento”, comenta Navarro.
Quem vive no condomínio Village na Anhangüera, próximo a Jardinópolis, enfrenta a mesma situação. Para chegar a Ribeirão precisam andar mais de seis quilômetros, pois o retorno fica quase na Ceagesp.
“Mais de 90% dos moradores têm atividades na cidade e fazem este percurso diariamente”, fala Maurício Zambonini Júnior, representante comercial. “Gasto excessivo de tempo e de combustível”, completa.
Segundo o diretor de Urbanismo da Secretaria municipal de Planejamento e Gestão Ambiental, José Aníbal Laguna, o município tem condições de orientar os empreendedores para otimizar os acessos, mas não pode priorizar este tipo de obra. Os proprietários e construtoras deveriam arcar com os custos.
Laguna argumenta que a cidade não está desajustada, mas que cresce de forma intensa, tornando difícil controlar o preenchimento dos vazios urbanos. “No plano diretor aprovado esta semana há a preocupação em precipitar estes preenchimentos até com intervenções públicas”, fala.
“A pressão política que os moradores exercem é válida para tentar o racionamento das distâncias”, avalia.
Ele lembra que isso aconteceu na região do Clube de Campo da Recreativa, onde o retorno ficava a três quilômetros, motivo de constante reclamações por parte dos moradores.

SOLUÇÃO
Via auxiliar é uma saída

Devido ao número de condomínios existentes na rodovia Antônio Machado Sant’Anna, Laguna assume que caberia um viaduto na região. Para ele, a solução mais viável, nestas situações, seria a criação de pistas auxiliares pelo lado dos condomínios, para que os viadutos distribuíssem o tráfego interno, sem precisar se deslocar tantos quilômetros.
Ele cita que se saindo do Aroeira, por exemplo, houvesse uma paralela dos dois lados permitindo o acesso interno, o problema seria resolvido. “É um interesse dos empreendedores e dos particulares. O município tem outras prioridades para a destinação dos recursos”.


VALESKA MATEUS