Se depender do fluxo de incorporação imobiliária, o tráfego na rodovia Presidente Castelo Branco, rumo aos municípios de Barueri e Santana de Parnaíba, na Grande São Paulo, deverá se intensificar nos próximos meses.

Dados das consultorias Geoimovel e Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio) chamam a atenção para o aumento da quantidade de lançamentos de condomínios de apartamentos nos bairros de Tamboré e Alphaville --em 2007, o número de novas unidades é 83,6% maior que o registrado em 2003.

Outro aspecto também se destaca nesse movimento: o incremento do valor do metro quadrado dos novos empreendimentos.

Em 2003, não chegava a R$ 2.000 --o máximo batia nos R$ 1.980. Em 2007, atingiu R$ 3.710, segundo a Embraesp.

"O padrão dos apartamentos tem aumentado", crava Luiz Paulo Pompéia, diretor da Embraesp. "Em 2003, 2004 e 2005, a tendência era as unidades terem entre 80 m2 e 170 m2 de área útil, e, em 2007, a predominância é das de 250 m2 a 350 m2", calcula.

Um bom exemplo do padrão melhor é o condomínio Vogue, em Alphaville. O apartamento-tipo tem 505 m2, cinco suítes e cinco vagas de garagem, ao preço de R$ 1,84 milhão.

O aquecimento da verticalização na região tem uma lógica bem definida. "O preço dos terrenos é menor se comparado ao de muitas regiões da cidade de São Paulo", avalia Pompéia.

Zoneamento

Além disso, a lei de zoneamento naquele trecho segue um caminho inversamente proporcional ao do da capital, que restringiu o potencial de edificação dos terrenos.

"O coeficiente de aproveitamento [área que pode ser edificada em um lote em relação a seu tamanho] chega a oito vezes em Barueri", dimensiona o consultor. "Isso mostra interesse do município em levar investimento de incorporadores para lá".

"Ao tornar-se mais restritiva, a legislação de São Paulo [onde o coeficiente de aproveitamento máximo é seis] fez com que a cidade ficasse mais cara para construir", corrobora o diretor técnico da incorporadora Tamboré S/A, José Alt Junior, 47.

"A região de Tamboré e de Alphaville é uma das de maior potencial de crescimento para esse tipo de produto [condomínios de apartamentos]", diz.

A preocupação dos especialistas, agora, é saber se o fluxo para aqueles bairros vai congestionar o acesso às moradias. "Já há gargalos em alguns trechos. Não sabemos como poderá ficar dentro de cinco anos", pondera Pompéia.