Os contratos de aluguel devem subir pouco ou nada no ano que vem. A previsão é do mercado imobiliário. O motivo é o aquecimento do setor e o comportamento do IGP-M, o índice mais utilizado para corrigir os contratos de locação.

"O aluguel já não vem sofrendo tanto a influência do IGP-M porque a maioria dos contratos tem sido renovados até sem reajuste quando o inquilino paga em dia", declarou o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP), José Augusto Viana Neto. "Em muitos casos até o preço cai, porque o proprietário prefere manter o locatário para ter o retorno do seu investimento."

O IGP-M é muito sensível aos preços do atacado. Este ano, o Índice Geral de Preços do Mercado acumulou uma alta de 1,16% até novembro. Em vários meses, o índice chegou a sofrer deflação.

"O que se verificou este ano foi o forte impacto que o câmbio teve sobre os preços do atacado", explicou o coordenador de análises econômicas do Ibre, da Fundação Getúlio Vargas, Salomão Quadros. "Como o câmbio recuou 20% ao longo do ano, houve uma repercussão direta sobre os insumos, os produtos industriais."

A previsão é que o IGP-M feche o ano com o menor patamar de inflação da sua história. Até hoje, a taxa mais baixa já registrada foi de 1,78%, em 1998. Uma boa notícia para quem paga aluguel.

"Não acredito em preços maiores para locação em 2006 porque o mercado já vem estável há muito há tempo", avalia Viana.