Antes de comprar o apartamento de três quartos em um edifício com cerca de 15 anos, o comerciante José Eduardo Fernandes visitou vários imóveis novos. Mas o que mais pesou na sua decisão foi a área útil do imóvel e a localização.
“Os novos tinham em média 70 metros quadrados e uma taxa de condomínio alta. O meu tem 126 m² e o prédio tem uma ótima estrutura, além do preço atrativo”, explica.
Assim como Fernandes, quem decide comprar um imóvel geralmente enfrenta a dúvida entre um novo ou usado. Nessa hora é preciso colocar na balança fatores como a localização, a metragem, a urgência em mudar, o valor que se tem para investir e até mesmo a facilidade em conseguir um financiamento.
Segundo o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP), José Augusto Viana Neto, os principais atrativos dos imóveis antigos são o preço e a metragem. “Um usado com 10 a 20 anos chega a custar até 50% a menos o m² do que os novos”, exemplifica.
Os corretores dizem que hoje, com o valor de um apartamento ‘zero’ de um dormitório, é possível comprar um de dois ou até três quartos.
“Eles vêm diminuindo muito a área útil, por conta do custo de construção. Os empreendimentos antigos possuem cômodos mais amplos, o que é sinônimo de conforto, principalmente, para as pessoas de meia idade”, informa o diretor de imobiliária Elizeu da Rocha.

Custo de Reforma
Antes de se mudar, o comerciante Fernandes pretende fazer uma boa reforma, trocar pisos e alguns revestimentos. Um ponto considerado negativo pelo casal Fabiana e Rodrigo Rivoiro, que acaba de adquirir um apartamento no mesmo padrão e bairro.
No primeiro momento, a prioridade deles era o espaço interno. Mas depois de visitar inúmeros imóveis usados, acabaram preferindo um novinho. “Nos que visitei os revestimentos eram ultrapassados, precisaria mexer em muita coisa para adequar ao meu gosto”, conta Fabiana.
Rocha comenta que a principal vantagem de um apartamento novo é a comodidade e rapidez na mudança.
“Além de não gastar com a reforma, você não terá dor de cabeça com pedreiros e materiais’, explica.

Antigo requer
mais manutenção
O imóvel mais antigo apresenta uma deterioração natural do tempo e do uso, logo requer mais manutenção. Por isso, se esta for a sua opção, antes de fechar o negócio é essencial observar as condições do edifício e do próprio apartamento.
Na lista da checagem estão os sistemas hidráulico e elétrico, o estado de conservação dos elevadores e a taxa que corresponde à manutenção no rateio do condomínio.
“Já um empreendimento novo tem a garantia de cinco anos da construtora”, ressalta Rocha.
O conforto da área de lazer, convívio social e dos equipamentos de segurança são benefícios dos prédios mais modernos.
Neto cita que para um casal com filhos pequenos, que trabalha fora, a estrutura de lazer é conveniente pois garante a ele a tranqüilidade de que as crianças estarão confinadas dentro da propriedade com segurança e diversão garantidas.
“Entre vantagens e desvantagens de cada opção, a pessoa precisa pesar exatamente aquilo que é prioridade para ela”, conclui o presidente do Creci-SP.

Facilidade no financiamento é diferencial
A facilidade no financiamento também pode ser um ponto decisivo para quem está em dúvida entre um usado ou novo.
Elizeu da Rocha, diretor de imobiliária, explica que os empredimentos que estão sendo entregues costumam ser financiados direto com as incorporadores e com prazos maiores. “Geralmente as condições são mais vantajosas. Você consegue dar uma entrada pequena ou até mesmo financiar 100% o valor do bem. No usado este percentual fica restrito a 80%”, afirma.
Sendo assim, mesmo que o usado tenha um preço muito mais atrativo, se a pessoa não tiver o capital em mãos a compra pode se tornar inviável. “Às vezes a pessoa não tem 20% para dar de entrada”.

Liquidez
“Todo mundo vai ter num primeiro momento a preferência de um apartamento novo”, ressalta o presidente do Creci-SP.
Por isso se a pessoa tem pretensões de futuramente investir num imóvel maior deve levar em conta a facilidade de vendê-lo e o lucro que poderá obter.
Segundo Neto um imóvel usado nunca tem uma depreciação a ponto de levá-lo abaixo do preço de mercado, com o tempo o valor tende a se estabilizar, mas o novo tem muito mais liquidez.