Aposta no mercado econômico de RP                                                                 EMPREENDIMENTOS Área onde serão construídos condomínios verticais no bairro Campos Elíseos

Incorporadoras que tradicionalmente atuam no mercado imobiliário de padrões médio e alto, agora investem suas fichas no chamado nicho econômico. São empreendimentos que contemplam famílias com rendimentos a partir de seis salários mínimos, que sonham com a casa própria.
As construções, no entanto, estão longe da simplicidade dos modelos da Companhia de Habitação (Cohab). O conceito é diferente. Segurança, piscina, área para fitness, salões de festas e de jogos fazem parte dos projetos.
Gigantes da construção civil, como Camargo Corrêa, Rossi e Cosil, que entraram em Ribeirão Preto com investimentos em imóveis de alto padrão, também estudam o mercado econômico. A Rossi, que já possui empreendimentos para classe econômica em Campinas, não descarta possibilidade de investir também em Ribeirão.
Na semana passada, a Cyte, joint venture criada em agosto deste ano pelas construtoras paulistas Cyrela Brazil Realty e Tecnum Empreendimentos Imobiliários, anunciou o lançamento de dois condomínios verticais nos Campos Elíseos, a um quarteirão do cemitério da Saudade.
O bairro, tradicional, com cerca de 40 mil habitantes, tem vida própria. Cortado pela avenida Saudade, uma das principais da cidade, ostenta um comércio movimentado, com agências bancárias, supermercados, hospitais e serviços.
Os valores dos imóveis não foram divulgados, mas de acordo com o diretor regional da Cyte, Carlos José de Lacerda Chaves, a unidade de três dormitórios custará menos de R$ 100 mil. A empresa prevê um potencial de vendas de R$ 40 milhões.

Crédito
Os apartamentos do Vitória Parque poderão ser financiados em até 30 anos. Segundo o gerente de novos negócios da Cyrela, Romeu Braga, os planos de financiamento permitem o pagamento de parcelas a partir de R$ 250.
Famílias com renda de 5 a 10 salários mínimos podem absorver prestações de até R$ 600. A condição é favorecida por conta da queda das taxas de juros, que hoje estão na faixa dos 9% ao ano, mais TR. Além do incentivo do Banco Central para financiar imóvel de até R$ 120 mil, os prazos ficaram mais longos.
Imóveis na faixa de até R$ 80 mil são beneficiados com recursos da linha do FGTS, da Caixa Econômica Federal, em que os juros são de até 8,66% mais TR.

Cohab
A Caixa Econômica Federal e a Cohab de Ribeirão Preto entregaram, no mês passado, 100 unidades da quinta etapa do Residencial Professor Antonio Palocci V, maior empreendimento residencial construído pelo Programa de Arrendamento Habitacional (PAR) na região.
Com as unidades entregues este ano, o empreendimento totaliza 1.100 unidades, num valor de investimento de R$ 28,7 milhões.
São casas com sala, cozinha, dois dormitórios, banheiro e área de serviço externa, com área útil de 33 m². Cada lote possui 207,84 m². O valor global investido foi de R$ 2,9 milhões oriundos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR). A taxa de arrendamento será de R$ 153,00 mensais pelo prazo de 15 anos e reajustados pelo índice de reajuste das contas vinculadas ao FGTS.
O PAR é um programa destinado à redução do déficit habitacional, que chega a 7 milhões em todo o País. É aplicado nos centros urbanos através de arrendamento residencial, com prazo de 15 anos para pagamento.

ALEXANDRE CAROLO
ESPECIAL PARA A CIDADE