O tamanho das vagas de garagem é documento. Mas para o arquiteto Fernando Freitas, as medidas exigidas pelo Código de Obras e Edificações paulistano deveriam ser revistas, o que construtoras começam a fazer na prática.

"Os empreendedores seguiam a lei à risca, mas, como havia muita reclamação no pós-obra, têm preferido fazer a vaga pequena com 2,2 m de largura, que ainda é apertado, mas decente", afirma Freitas.

O vice-presidente da Asbea (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura), Fernando Pinheiro, concorda que o Código deva ser atualizado e lembra que as dimensões das vagas não devem ser o único foco do projeto.

"Como a maioria das garagens é construída no subsolo, outros pontos importantes são ventilação e saídas de emergência. E a largura das vias internas e toda a área de manobra devem obedecer aos percentuais regulamentados."

A assessoria do Contru (Departamento de Controle do Uso de Imóveis) informou que não há nenhum projeto de lei que altere as larguras das vagas de garagem, mas que as medidas exigidas são o mínimo e "nada impede que as construtoras façam vagas maiores".

Geralmente as construtoras fogem do padrão em empreendimentos mais luxuosos, priorizando vagas grandes.

Alargada

Já a construtora Inpar constrói vagas pequenas e médias com largura e comprimento maiores que o padrão.
"A pequena tem 2,2 m x 4,5, e a média, 2,3 m x 4,7 m", afirma o diretor de projetos da empresa Waltermino Júnior.
As vagas que ficam nos cantos ou entre pilares têm, no mínimo, 2,5 m de largura, mesmo que não sejam do tipo grande.

Segundo Júnior, a construtora fez os ajustes após a execução dos primeiros projetos, há uma década. "Se três carros estacionam em vagas de 2 m de largura, ninguém consegue abrir as portas dos veículos."
Mas o pé-direito é o mínimo exigido pela legislação: "O Código é feito para carros convencionais, não para os excepcionais. Escavação é caro, por isso, dificilmente se excede a altura de 2,3 m."