A Caixa Econômica Federal fechou o primeiro trimestre com um lucro líquido de R$ 812,4 milhões. O resultado é 4,5% superior ao registrado no mesmo período de 2010, quando o banco lucrou R$ 777,5 milhões. "É um resultado extremamente importante e calcado em cima de nossas operações de crédito", afirmou o vice-presidente de Controle e Risco, Raphael Rezende Neto.
No fim de março, as operações de financiamento do banco somavam R$ 190,5 bilhões, um salto de 41,5% ao longo dos últimos 12 meses. O crescimento contribuiu para que a Caixa aumentasse sua participação no mercado de crédito brasileiro para 10,87% do total.
"Tivemos um crescimento da carteira e também da fatia de mercado, o que é muito importante", destacou o executivo.
Ao longo dos três primeiros meses do ano, a Caixa liberou R$ 46,5 bilhões em empréstimos e aumentou em 13,5% o número de contas correntes. As operações de crédito garantiram uma receita de R$ 6,2 bilhões ao banco, enquanto a prestação de serviço - incluindo a cobrança de tarifas - trouxe aos cofres da instituição outros R$ 2,8 bilhões.
Ritmo de expansão. Rezende Neto reconheceu que o ritmo de expansão das operações de crédito deve desacelerar ao longo dos próximos meses. Ainda assim, a estimativa do banco é encerrar o ano com um crescimento de 30% de sua carteira. Se isso for confirmado, a Caixa terá uma expansão duas vezes maior do que o esperado pelo Banco Central para todo o sistema financeiro nacional.
Desde o fim do ano passado, o BC adotou uma série de medidas para frear a concessão de crédito no País. A expectativa do banco é conseguir jogar a taxa de expansão do sistema financeiro para algo entre 10% e 15%. Em março, o estoque de crédito no País totalizou R$ 1,75 trilhão, o que representou um crescimento de apenas 1% em relação a fevereiro. No acumulado de 12 meses, no entanto, a expansão foi de 20,7%.
Apesar da projeção da Caixa ser o dobro do máximo estimado pelo Banco Central, boa parte do crédito concedido pela instituição está voltado para o mercado habitacional, que não está no foco de preocupações do BC.
Habitação. De janeiro a março, a Caixa aplicou R$ 14,5 bilhões em financiamentos habitacionais, o que elevou para R$ 117, 1 bilhões o saldo de operações no segmento. O banco é o líder na concessão de empréstimos para compra da casa própria, com 75,8% do mercado.
A expectativa da direção da Caixa é aumentar o volume de novas contratações de crédito habitacional ao longo do ano.
Segundo Rezende Neto, a estimativa é atingir este ano um total de R$ 81 bilhões, superando os R$ 77 bilhões realizados no ano passado.
A projeção considera que a retomada dos financiamentos do programa Minha Casa, Minha Vida - para famílias com renda de até três salários mínimos - só acontecerá a partir da segunda metade do ano, depois que o governo fechar a regulamentação da segunda etapa do programa.
A carteira comercial do banco atingiu em março um volume de R$ 60,8 bilhões. Desse total, cerca de R$ 33 bilhões foram destinados para pessoas jurídicas e o resto para pessoas físicas.
As micro, pequenas e médias empresas absorveram 52% dos recursos destinados para as pessoas jurídicas.
Ao mesmo tempo em que a Caixa conseguiu ampliar suas operações de crédito, a instituição manteve em 2% sua taxa de inadimplência durante o primeiro trimestre do ano.
De acordo com Rezende Neto isso reflete a estrutura da carteira do banco - concentrada em créditos habitacional e consignado - e a melhora na situação econômica da população.