Os financiamentos para a compra de imóveis com recursos da caderneta de poupança quase dobraram no ano passado e atingiram o maior valor do Plano Real.

Segundo a Abecip (Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), os bancos liberaram R$ 9,5 bilhões nessa modalidade de crédito em 2006, o que representa uma alta de 95,5% sobre o ano anterior.

O valor do ano passado é o maior pelo menos desde 1995, ano do início da série histórica.

Apenas em dezembro o volume emprestado foi de R$ 1,03 bilhão, o melhor resultado já observado num único mês.

Para 2007, a Abecip espera a liberação de R$ 10,5 bilhões a R$ 11 bilhões da poupança para a compra de imóveis, o que seria suficiente para a compra de 130 mil a 150 mil unidades.

O número de imóveis financiados em 2006 alcançou 115.523 e superou a casa dos 100.000 pela primeira vez no Plano Real.

A entidade acredita ser possível chegar às 150 mil unidades neste ano porque vê bom potencial de crescimento no mercado de imóveis mais baratos.

Os resultados de 2006 surpreenderam a própria Abecip. No início de 2006, a associação de bancos esperava que fossem liberados R$ 8,5 bilhões para a compra de 100 mil unidades entre janeiro e dezembro.

Já os recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) para a habitação chegaram a R$ 6,8 bilhões. Somados ao montante liberado pelos bancos da caderneta de poupança, o total de dinheiro destinado pelo Sistema Financeiro da Habitação alcançou R$ 16,3 bilhões, o mais elevado dos últimos 20 anos.

A Abecip também destacou a queda nos níveis de inadimplência no ano passado. O percentual de mutuários com mais de três prestações em atraso era de 6,2% em dezembro do ano passado, contra 8,5% em 2005 e 9,7% em 2004.