Série de medidas do Conselho do FGTS vai facilitar neg´ócios usando fundo; facilidade passa a valer a partir de 2008.



Adquirir a tão sonhada casa própria usando o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) pode ficar mais fácil, a partir do ano que vem, para a classe média brasileira.

Na última quarta-feira, o Conselho Curador do FGTS decidiu elevar a faixa de renda máxima permitida para a compra da casa própria com os recursos do fundo. O valor dos imóveis que podem ser contemplados através dessas operações também aumentou. E a renda bruta familiar, que era de R$ 3.900, passou para R$ 4.900.

A taxa de juros para os trabalhadores que contribuíram por pelo menos três anos para o Fundo também será
diminuída. A redução, de meio ponto percentual, será válida para as operações feitas a partir do próximo ano e apenas para os novos contratos. Atualmente, a taxa de juros para quem pega um empréstimo para a compra da casa própria usando o FGTS é de 6% ao ano, mais taxa referencial e um acréscimo de custos bancários. A medida é válida apenas para os trabalhadores com conta ativa de FGTS.

Em Ribeirão, o imóvel financiado passa a ser de até R$ 80 mil - o limite era de R$ 72 mil. Regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, o imóvel a ser financiado passará para R$ 130 mil.

Em pronunciamento, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que também preside o conselho, disse que as medidas tomadas pelo Conselho podem beneficiar cerca de 3 milhões de famílias a partir do ano que vem.

O secretário-geral do FGTS, Paulo Furtado, anunciou que quase R$ 7 bilhões devem ser aplicados em habitação ainda este ano. Segundo ele, a redução na taxa de juros e o aumento das faixas de renda e do valor dos imóveis têm como objetivo facilitar a aplicação dos recursos e gerar impactos diretos no crescimento dessas operações. Apenas no ano passado foram 360 mil tomadores, segundo dados do Ministério das Cidades e da Caixa Econômica Federal.

Furtado informou que 23% das pessoas que tomam empréstimos com recursos do fundo possuem conta vinculada. Segundo dados do Ministério da Cidades e da Caixa Econômica Federal, no ano passado foram 360 mil tomadores.

Segundo cálculos da CEF, um financiamento de um imóvel de aproximadamente R$ 70 mil poderá ficar, ao final das parcelas, R$ 8 mil mais barato para o bolso do cidadão.

Mercado aquecido

De acordo com a advogada Heloísa Botura Pimenta, especializada em Direito Imobiliário, o Conselho do FGTS pretende, com a série de mudanças, aquecer ainda mais o mercado de imóveis. "Estão tentando facilitar ao máximo o uso desse benefício. Essa série de medidas vai fomentar o mercado imobiliário, que já vem aquecido nos últimos anos", disse o especialista, que acredita num grande aumento de compra de imóveis em Ribeirão. "É difícil falar em números, mas, sem dúvida, o mercado de imóveis de Ribeirão Preto também vai acabar sendo beneficiado. Este setor já vêm forte há algum tempo e medidas como essas devem melhorar ainda mais. E claro, é uma boa medida ao cidadão que tanto sonha com a casa própria"

LUCAS REIS