Suspeita de comércio ilegal ocorre em prédio particular invadido na Saldanha Marinho.
Famílias que invadiram um prédio particular penhorado pela Justiça Estadual, na Rua Saldanha Marinho, e que venceram na 8ª Vara Cível de Ribeirão Preto uma primeira batalha em prol da moradia própria, são acusadas de vender apartamentos e barracos construídos no salão comercial, localizado no térreo. Ouvidos pela reportagem, os moradores negaram que haja o comércio ilegal.

Um acordo feito durante uma audiência no Fórum, no começo do ano, proíbe qualquer tipo de venda. Para inibir a prática, a juíza Heloísa Martins Mimessi pediu um cadastro com o nome de todos os reponsáveis por moradia. A Justiça, então, negou o pedido de liminar de reintegração de posse, proposto pela empresa proprietária do prédio, Neto & Cia Ltda, e manteve as famílias no imóvel até o fim do processo.

Segundo a reportagem apurou, o valor do negócio chega a R$ 3 mil. O assunto já é recorrente entre comerciantes da região e até taxistas, que preferiram manter o nome em sigilo. Uma das pessoas ouvidas afirmou que já recebeu a oferta pela compra de um apartamento pela metade do preço, R$ 1,5 mil. Em matéria publicada pela Gazeta em julho do ano passado, o auxiliar de limpeza A.A.D., 28 anos, confirmou ter pago a quantia de R$ 3 mil por um apartamento no local.

“Se houver a venda, ela é da posse do imóvel. Tem pessoas que moram lá há 20 anos e outras que fizeram a mesma coisa: passam o ponto. Mas não pode”, afirmou Victo Hugo Albernaz Júnior, diretor da Defensoria Pública, que defende na Justiça os moradores na ação de reintegração de posse. Segundo ele, há 26 apartamentos e 40 famílias.

Um dos moradores, V.A.S., 23, afirmou que a acusação não é verdadeira. “Nós sabemos que a nossa situação é ilegal. Até onde eu sei, aão existe a venda porque todos nós assinamos um termo na Justiça”, afirmou. (GY)