Xangai - A China vai aumentar os esforços para controlar o que chama de aumento “excessivamente rápido” dos preços dos imóveis em algumas cidades, estimulando a oferta de moradias públicas baratas e desenvolvendo áreas pobres. Pequim está enfrentando uma crescente preocupação com o superaquecido setor imobiliário e com uma potencial bolha de ativos no mercado de ações, que pode eventualmente ameaçar a estabilidade social.

A promessa do Conselho Estatal, o gabinete de governo chinês, não é inteiramente nova, mas surge enquanto o governo parece cada vez mais preocupado com o acúmulo de pressão inflacionária de longo prazo gerada pela recuperação econômica rápida, que foi possível graças ao boom de crédito estimulado pelo governo e aos grandes gastos públicos.

Em novembro, os preços dos imóveis urbanos na China cresceram no ritmo mais rápido em 16 meses, com os valores das residências aumentando 5,7% em comparação com o mesmo mês de 2008 em 70 grandes e médias cidades, de acordo com o Escritório Nacional de Estatísticas. A alta foi a sexta consecutiva e a maior desde a de 7% registrada em julho do ano passado.

O Conselho Estatal informou que uma reunião presidida pelo primeiro ministro Wen Jiabao concluiu que o país vai acelerar a construção de moradias públicas, melhorar a supervisão do mercado imobiliário e estabilizar as expectativas do mercado com relação aos preços dos imóveis, de acordo com o website do governo chinês.

A China vai desenvolver novamente áreas pobres, fábricas estatais e minas durante um período de cinco anos. O Conselho Estatal afirmou que o governo vai encorajar os bancos a fazer empréstimos para o desenvolvimento urbano e suspender alguns impostos para certos projetos, enquanto limita os investimentos especulativos em imóveis e evitar riscos de crédito relacionados ao setor imobiliário.

A China investiu um total de 39,49 bilhões de yuans (US$ 5,78 bilhões) em moradias públicas desde o fim de agosto deste ano, apenas 23,6% da meta estabelecida pelo governo central, de acordo com um relatório do Parlamento chinês citado pela agência de notícias estatal Xinhua em outubro. As informações são da Dow Jones.

Agência Estado - 23/12/2009