Anna Regina Tomicioli

foto: Weber Sian/A CIDADE
Nada de portaria, nem de porteiro. Um ‘predinho’ comercial de dois andares, com dez salas independentes, equipadas com banheiro privativo. Sem elevador, somente escadas. Uma vaga na garagem e nada mais. Este é o perfil do endereço comercial do advogado Rodrigo Daniel Félix da Silva, que divide suas horas de trabalho entre Ribeirão Preto e São Paulo.
“Para mim está excelente”, diz ele, que trabalha sozinho e dispensa até mesmo uma secretária. “Aqui tenho tudo o que preciso”, reforça o jovem profissional.
Custo reduzido e boa localização (avenida Itatiaia, no bairro Sumaré) foram os fatores que mais pesaram na hora em que Silva procurou um local para montar seu escritório, há dois anos.
“Para quem trabalha sozinho, não tem necessidade de muito espaço e precisa contar apenas com a manutenção básica de limpeza e vigilância, o padrão é excelente”, diz o advogado que tem um custo mensal inferior a R$ 300 (entre aluguel e condomínio) para manter o seu local de trabalho.
No padrão
Há seis meses, o casal de engenheiros civis Renata e Wilber Forti concluiu a construção de um edifício comercial de pequeno porte dentro dos padrões dos grandes centros comercias, como eles mesmos definem.
“Ribeirão é carente de empreendimentos com este perfil” alega Renata Haddad Forti.
Segundo ela, a palavra hoje que melhor define os pequenos condomínios comerciais é otimização. “A idéia é aproveitar ao máximo o espaço que se tem para oferecer ao profissional e a seu cliente/paciente todo o conforto e acessibilidade necessários, assim como nos prédios altos, a um custo inferior”, detalha a profissional. Dentro desta proposta de aproveitar ao máximo o espaço disponível, os engenheiros deixaram de fora das salas comerciais aquilo que podia ser colocado na área comum do prédio.
Cada um dos dois andares, por exemplo, conta com área de serviço, copa e banheiros adaptados para deficientes, todos comunitários, além de um boxe para material de limpeza para cada unidade. “São espaços que não precisam estar dentro de cada sala”, diz Wilber Forti.

ESTRUTURA
Trabalho de recepcionista é muito valorizado

A infra-estrutura dos edifícios comerciais de pequeno e médio portes varia muito de um empreendimento para outro, embora todos se enquadrem nesta definição.
Na maioria dos condomínios, quem chega ao local se comunica com as salas através do interfone. Não há porteiro, nem recepção. Somente um corredor de entrada que leva a cada um dos consultórios.
Preocupação
Pensar na recepção como um espaço comum do prédio foi uma preocupação de Renata e Wilber Forti, sobretudo pelo perfil de condômino que eles visavam para o empreendimento que projetaram.
A maioria das 20 salas do edifício está ocupada por profissionais liberais, principalmente da área da saúde (médicos, dentistas, fisioterapeutas, psicólogos).
“O paciente destes profissionais costuma passar mais tempo na sala de espera do que no consultório. Então, a recepção precisava ser um local agradável, aconchegante, até para aliviar a aflição de que aguarda por um consulta ou atendimento”, avalia a engenheira. A recepcionista tem a tarefa de orientar e encaminhar cada um que chega a seu local de destino. Mas vale um lembrete. “Ela é recepcionista, e não secretária”, diz Wilber.

INDEPENDÊNCIA - Depois de dividir uma casa com outros profissionais da saúde, a psicoterapeuta Carla Cristina Bettio optou por um edifício comercial para instalar seu consultório. “Primeiro pela questão da segurança, depois pela independência”, diz ela que pretende no futuro comprar uma sala no imóvel onde hoje trabalha em sala alugada.

TENDÊNCIA - Os pequenos condomínios comerciais estão na moda. É cada vez mais forte a tendência dos profissionais optarem por um escritório que ofereça boas condições de trabalho de tamanho e custo reduzidos. O construtor Chieda Emm, dono de mais de 40 imóveis residenciais, decidiu diversificar e está construindo seu terceiro edifício comercial. “Os comerciantes, profissionais liberais e autônomos têm interesse por imóveis deste tipo”, ressalta.