Ambiente em Ribeirão Condomínios da Zona Leste da cidade vão colaborar na ligação de esgoto com a rede pública.

Os moradores de condomínios da Zona Leste decidiram que colaborarão com as obras para ligação de esgoto desde que o emissário (canal que liga as residências à estação de tratamento) seja colocado mais próximo. Atualmente a distância é de 3,5 quilômetros, o que dificulta a realização dos trabalhos.

Representantes de cinco loteamentos da área se reuniram na última semana para discutir soluções a respeito da ligação da rede de esgoto no local e chegaram a conclusão de que estão dispostos a colaborar com o Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto (Daerp). O grupo está propenso a participar e fazer as ligações, desde que também haja contribuição da autarquia. O superintendente do Daerp, Joaquim Ignácio da Costa Neto, já afirmou que parte das verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) poderão ser destinadas aos trabalhos na área.

Para o presidente do Sindicato dos Condomínios de Ribeirão (Sindcorp), Aguinaldo da Silva, a passagem do emissário a 500 metros já facilitaria a realização das obras para os condomínios. "O problema é que do jeito que está agora está muito distante. Já informamos o Daerp de nossa posição", disse.

De acordo com Silva, a autarquia recebeu bem a posição do sindicato e ficou de entregar uma lista com todos aqueles que não possuem a ligação com a rede municipal.

A relação dos moradores que não estão conectados também será enviada ao Ministério Público Estadual (MPE), que cobra a ligação de todas as residências de Ribeirão Preto, sob pena de multa no valor de R$ 760, estabelecida por lei municipal em 2007 e que é duplicada a cada nova autuação.

O presidente do Sindcorp afirmou que o Daerp entregará a lista primeiramente ao próprio sindicato para que os moradores que ainda não possuem rede de esgoto possam se conscientizar das ações do MPE antes que as penalidades comecem.

A dona-de-casa Fátima Silva, 54 anos, que ainda possui fossa em seu terreno, está disposta a contribuir com as novas ligações. "Mesmo que tenhamos de pagar um pouco mais nas contas, é importante colaborar para que a gente tenha o esgoto", afirmou.

Fossas começaram a apresentar problemas em bairros

Para os moradores da região, a situação está cada vez pior. O técnico mecânico Claudinei Silva, 62 anos, mora há oito no Portal dos Ipês e sempre teve de fazer uso da fossa. Com o passar do tempo, porém, ficou mais difícil manter os dois reservatórios eficientes.

Na casa de Silva moram cinco pessoas e a frequência normal para limpeza das fossas era de oito meses. Há 20 dias, porém, ele fez uma limpeza e ontem teve de refazê-la.

"Cada vez que limpamos gastamos mais de R$ 100. Se limparmos sempre, não há dinheiro que aguente", disse.

Sua mulher, a dona-de-casa Fátima, 54, se sente intimidada para fazer festas em casa, por exemplo, porque o cheiro que exala da fossa pode incomodar. "Quando ela está muito cheia, o cheiro fica forte e não dá para ficar perto", afirmou.

Para o casal, a ligação da rede de esgoto melhoraria a vida. "Temos certeza de que seria melhor com a fossa. Sabemos que contamina o solo e que é perigoso", disse Fátima. (MA)