A indústria da construção civil vem negociando com a Caixa Econômica Federal mudanças na análise do risco de crédito dos contratos de financiamento habitacional.

Segundo o vice-presidente do Secovi-SP (sindicato da habitação), Basílio Jafet, a Caixa endureceu as regras de concessão de crédito ao longo de 2003.

"O banco faz a análise do risco de crédito da empresa que negocia a obra, do empreendedor e do mutuário. Está cada vez mais difícil passar pela peneira da Caixa", disse ele.

Prova dessa dificuldade é o total de recursos liberados pela Caixa até agora para o financiamento habitacional. Do orçamento de R$ 5,314 bilhões previstos para o ano, 48,72% haviam sido realizados até a semana passada.

Do total de R$ 2,890 bilhões que serão financiados com recursos do FGTS, 61,83% já foi utilizado este ano.

No entanto, as construtoras reclamam da baixa utilização do FGTS no financiamento da produção de unidades habitacionais e na carta de crédito associativo -para imóveis na planta. Nesta última modalidade, a carta de crédito só é concedida quando a construtora consegue comprovar que 60% do empreendimento já está vendido.

Até a semana passada, o FGTS tinha liberado R$ 228,339 milhões para o financiamento da produção de 6.619 unidades habitacionais. Nenhum centavo havia sido destinado para a carta de crédito associativo.

Jafet, no entanto, está otimista em relação à intenção da Caixa de melhorar as condições de acesso da população ao crédito imobiliário. "Crédito para financiamento existe. O que precisa é afrouxar a análise do risco de crédito para permitir que as pessoas consigam financiar a compra do imóvel", afirmou.