As principais empresas do setor imobiliário, algumas delas com atuação em Ribeirão, registram elevação nos lucros.

A queda dos juros, a melhora na renda e a disposição dos bancos em alongar os prazos de financiamentos impulsionaram o faturamento das principais empresas do setor imobiliário do País, entre elas algumas que atuam no mercado de Ribeirão Preto.

A Cyrela, por exemplo, que anunciou a construção de oito torres de apartamentos nos Campos Elíseos em 2008, apresentou lucro 187% superior ao do terceiro trimestre de 2006.

Os ganhos da empresa entre janeiro e setembro deste ano (R$ 330,7 milhões) dobraram em relação ao mesmo período do ano passado.

A Rossi Residencial, outra empresa imobiliária com presença em Ribeirão, na Avenida João Fiúsa, também registrou desempenho positivo em relação ao terceiro trimestre do ano passado (25,6%).

A Klabin Segal, que, junto com a Copema, planeja lançar pelo menos oito empreendimentos em Ribeirão, colheu resultados favoráveis (13,8%) em relação ao último trimestre de 2006.

A Camargo Corrêa, que fez sociedade com a Perplan para viabilizar um condomínio fechado na Zona Sul, conseguiu um resultado surpreendente em relação ao terceiro trimestre - alta de 1.872%, mas o resultado acumulado no ano foi negativo: menos R$ 2,6 milhões.

A captação de recursos mediante abertura de capital na Bolsa de Valores é outro fator que vem alavancando as empresas do setor imobiliário. Segundo reportagem do jornal Estado de S.Paulo publicada na última quinta-feira, as 20 maiores empresas de construção civil valem, atualmente, R$ 50,8 bilhões.

Somente as ações da Cyrela, a maior empresa do setor imobiliário do país, valorizaram 44,68% nos últimos três meses.

Não obstante, especialistas chamam a atenção para o excesso de empresas no pregão. No Brasil há mais empresas imobiliárias na Bolsa do nos Estados Unidos, um mercado incomparavelmente maior.

"A consolidação será um caminho natural. Algumas poucas empresas vão crescer muito e outras terão crescimento baixo ou não vão crescer", declarou ao O Estado de S.Paulo um executivo de construtora.

Crédito

Os recursos de poupança direcionados ao crédito imobiliário voltaram a bater recorde, chegando a R$ 2 bilhões em outubro - uma expansão de 142% ante o mesmo período do ano passado, informa a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

O resultado eleva o total neste ano a R$ 14,2 bilhões. Somando os últimos 12 meses, esse número salta para R$ 15,9 bilhões, um avanço de 81% em relação ao intervalo anterior comparável, diz a Abecip.

"Esse crescimento é ainda mais surpreendente que o do mês anterior (setembro) e foi puxado pela pr odução, pelos lançamentos pesados. Em novembro e dezembro, deve ser ainda melhor por causa do 13º salário", disse o diretor da Abecip, Osvaldo Fonseca.

Segundo ele, a estimativa para crédito imobiliário em 2007, que era de R$ 12 bilhões no começo do ano, já foi revisada para pelo menos R$ 18 bilhões após os surpreendentes resultados de setembro e outubro.

Em número de unidades, outubro contou com 20,5 mil financiamentos, o que elevou a 155,8 mil o acumulado do ano, alta de 69% ante igual período de 2006.

Segundo Fonseca, este ano deve ter o maior número de unidades financiadas em quase 20 anos. Nos últimos 12 meses até outubro, o total é de 177,6 mil, ainda maior que a marca de 181,8 mil unidades financiadas em 1988.