Os empresários da construção civil já não ostentam um sorriso largo no rosto como em fevereiro. Em maio, as expectativas dos construtores quanto à conjuntura econômica deterioraram-se expressivamente, revela a 19ª Sondagem Nacional da Construção Civil, realizada pela GVconsult com os dados do Sinduscon-SP (sindicato das construtoras) e de outros sindicatos estaduais do setor.

O levantamento colheu a opinião de 312 empresários do setor em todo o país.

Os entrevistados atribuíram notas de 0 a 100 sobre o desempenho e as dificuldades de suas empresas e da economia do país, além de apontarem as expectativas para os próximos meses. Notas abaixo de 50 podem ser interpretadas como um desempenho ou perspectiva não favorável. No caso de dificuldades financeiras e perspectivas de evolução de custos, valores abaixo da média significam dificuldades menores.

O item conjuntura econômica, por exemplo, recebeu nota 37,56 em maio, contra 48,4 em fevereiro. Já para a questão do crescimento econômico, os construtores, que haviam dado nota 45,9 no início do ano, agora sinalizam apenas com nota 34,2.

Segundo o Sinduscon-SP, à primeira vista, o resultado surpreende, uma vez que alguns indicadores, como o emprego, indicam uma melhora relativa da situação do setor, diga-se, bastante deteriorada nos últimos anos.

Segundo a sondagem, o pessimismo dos empresários se deve a vários fatores, como as dificuldades do governo no plano político; a demora na definição dos marcos regulatórios de infra-estrutura; uma política habitacional que não sai do papel; além da frustração com o ritmo lento da retomada econômica e ausência de um volume expressivo de demanda.

Piora

Na sondagem, os construtores observaram uma pequena melhora no desempenho das empresas, em comparação com a pesquisa anterior, realizada em fevereiro. Mas o indicador continua distante de um desempenho favorável. Já as dificuldades financeiras voltaram a crescer, refletindo a interrupção da queda dos juros.

As respostas dos construtores mostram que as expectativas para os próximos meses pioraram, tanto em relação às perspectivas de desempenho das empresas quanto ao cenário econômico, com ênfase para este último. Neste item, o indicador sofreu queda de 22% de fevereiro para maio, refletindo o ritmo lento da retomada no setor da construção civil.