A demora na venda ou locação de um imóvel leva, muitas vezes, o proprietário a buscar o reforço de duas ou mais imobiliárias na tentativa de ampliar as possibilidades de negócio. Na última edição do Espaço Imobiliário, em 29 de julho, A CIDADE publicou uma foto em que aparecem várias placas de aluguel num mesmo imóvel.
Valter Correa de Oliveira, diretor da Barão Imóveis e vice-presidente do Creci (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis), alerta para o perigo que o proprietário está sujeito ao expor o imóvel nessas condições.
“Ao usar placas de mais de uma imobiliária, o proprietário está confessando para o mercado que seu imóvel tem problemas”, afirma. E ele aponta quais seriam estes problemas.
1) O imóvel está com preço fora de mercado;
2) O imóvel está fora de condições técnicas, como aluguel comercial em área residencial ou vice-versa;
3)O imóvel está com problemas de conservação.
Segundo afirma, as imobiliárias foram consultadas para saber se tinham autorização do proprietário para expor a placa de aluguel. “Muitas imobiliárias fazem isso por ignorância”, adverte.
O que para ele é muito mais grave porque existe o Código de Ética Profissional para locação e Venda que diz que só deve existir uma autorização por imobiliária.
O assunto é tão sério, no seu entender, que o Creci tem autorização para apreender a carteira profissional do corretor dependendo da gravidade do prejuízo que a profusão de placas causar ao proprietário do imóvel.
“O corretor ou a imobiliária podem responder por perdas e danos caso o proprietário comprove os prejuízos que está levando”, garante.
O agravante, nesse caso, é que a obrigação de conhecer o Código de Ética e suas orientações de conduta é do corretor. “O proprietário não tem obrigação de conhecer o Código de Ética. Ele só quer alugar ou vender seu imóvel o quanto antes”, diz.
Oliveira diz que o proprietário tem todo o direito de trocar de imobiliária caso não esteja satisfeito. “Se dentro de 60 dias o imóvel não foi alugado ele tem a liberdade para trocar de imobiliária sem qualquer ônus”, garante.
No Estado de São Paulo o Creci mantém 60 inspetores, sendo um fixo em Ribeirão Preto, para fiscalizar a atuação de corretores e imobiliárias