Empresas em Ribeirão Área destinada à instalação de firmas só tem 30% delas em funcionamento; Prefeitura promete tomar terrenos.

Das 49 empresas do Distrito Empresarial de Ribeirão, apenas 15 estão em pleno funcionamento, o que representa 30% do total de indústrias com direito a construir unidades na área. A Prefeitura promete retomar as áreas daqueles que não concluírem as obras até o final do ano. Por conta de atrasos no início das construções, 18 lotes já estão na lista para serem retomados pelo Executivo.

O empresário João Albino Camillo, dono da empresa de equipamentos médicos e odontológicos Dentscler, começou a construir uma unidade fabril de 2,8 mil metros quadrados no distrito há um ano e, em dezembro, deve transferir suas atividades industrias para o local. "Estou otimista com o funcionamento do distrito, acho que a área tem um grande potencial, ainda mais agora que as obras têm prazo para serem concluídas", disse.

De acordo com Renato Pires da Silva Filho, diretor do Departamento de Desenvolvimento Social e Econômico da Secretaria de Planejamento —que acompanha a implantação das empresas no distrito— existe um acordo para que as empresas terminem suas obras até o final do ano. "Os empresários se comprometeram, por meio da assinatura de um termo aditivo, a acabar a construção das unidades até dezembro do ano passado. Mas, por conta da crise financeira, esses prazos foram prolongados", disse. Para o empresário João Camillo, a crise desacelerou sim os investimentos no ano passado. "Mas isso já foi superado."

Até agora, o Planejamento enviou à Secretaria de Administração uma lista com 18 empresas que terão seus lotes retomados. "Esses empresas nem começaram a mexer em seus terrenos, por isso não há essa tolerância", disse Renato. Desse total retomadas, quatro já foram publicadas no Diário Oficial do Município. "Se até setembro, todas as retomadas forem publicadas. Iremos relicitar os terrenos ainda neste ano."

Para o professor Alberto Borges Matias, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP/USP), os atrasos e o baixo percentual de empresas em funcionamento no local também foram causados por especulação imobiliária. "Muitos empresários compraram terrenos lá esperando que eles se valorizassem."

O NÚMERO

15 é o total de empresas em funcionamento no Distrito Empresarial de Ribeirão Preto.

Ciesp: ‘Não há uma política industrial’

As ações para o desenvolvimento do segmento industrial em Ribeirão Preto ainda caminham a passos lentos, de acordo com a regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). "Ainda falta definir uma boa política industrial em Ribeirão Preto", disse o gerente regional do Ciesp, Fabiano Guimarães. Para ele, a fiscalização, a retomada de terrenos e os prazos estipulados para que o Distrito Empresarial da cidade seja concluído são positivos para o segmento. "Se as empresas ainda não iniciaram seus investimentos, é correto retomar os espaços. Mas, ainda falta na cidade uma área que fomente o crescimento e a vinda de novas empresas do setor industrial", disse Guimarães. Segundo o gerente regional, o perfil do distrito também engloba o setor de serviços e logística. "Ainda não é um espaço só para a indústria." O empresário João Albino Camillo, dono da Dentscler, que vai instalar sua indústria no local, está otimista. "Acho que pelo espaço que teremos, vai ser positivo produzir lá."

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