Habitação e urbanismo No atual ritmo, Prefeitura vai demorar 11 anos para zerar deficit de moradias para famílias em vulnerabilidade.

A Prefeitura de Ribeirão Preto levará 11 anos para zerar o deficit habitacional de famílias que vivem em situação de vulnerabilidade se os investimentos no setor seguirem o mesmo ritmo deste ano. Os recursos destinados à cidade em 2010, por meio do programa Minha Casa Minha Vida, renderam 1,8 mil moradias a famílias que vivem com até três salários mínimos.

O investimento corresponde a 9% da lista de espera de 20 mil famílias Companhia de Habitação Regional (Cohab).

A destinação da verba federal para construção das casas populares é baseada, entre outros critérios, no contingente populacional do município. Neste caso, Ribeirão atingiu o teto de moradias preconizado para a população de 540 mil habitantes (de acordo com levantamento feito pelo IBGE em 2007).

O município já recebeu R$ 3,2 milhões da União para construir 704 moradias a famílias que ganham de zero a três salários, no loteamento Jardim José Wilson Toni, na Zona Norte. Do total, 50% (352 apartamentos) foi destinada a moradores que vivem em áreas de risco, e a outra metade foi submetida a sorteio público.

O idealizador do programa Moradia Legal, João Gandini, lembrou que os projetos de reurbanização de favelas é uma forma viável para reduzir o deficit habitacional da cidade. “Os projetos de reurbanização são eficientes e mais baratos. Basta investirem mais neles”, disse Gandini.

A antiga favela do Monte Alegre passou por reurbanização no início do ano e 312 famílias foram beneficiadas com a criação do bairro Nova Monte Alegre. A Prefeitura anunciou em agosto, durante a visita do secretário de Habitação do Estado, Lair Krähenbühl, a construção de pelo menos mais 2 mil casas populares pelo Minha Casa Minha Vida, além das 1,8 mil já garantidas este ano.

O diretor de planejamento da Cohab, Sílvio Martins, disse que o novo levantamento populacional feito pelo IBGE poderá ajudar na ampliar de recursos para a construção de casas populares.

Reurbanização atrasa pelo quarto mês

Pelo quarto mês seguido, a licitação para a reurbanização da Favela das Mangueiras, na Vila Virgínia, foi adiada, conforme informou na tarde de sexta-feira, por meio de nota, a Secretaria de Estado da Habitação, responsável pela construção dos 384 apartamentos que devem receber as famílias do local. A secretaria não quis justificar o motivo para o adiamento. A abertura da licitação que vai definir a empresa que fará os 192 apartamentos referentes à primeira etapa da urbanização da favela estava prevista para setembro, mas em visita a Ribeirão Preto, em agosto, o secretário de Estado da Habitação, Lair Krähenbühl, prometeu a abertura da concorrência até anteontem, dia 25, mas o processo ficou para semana que vem. A dona de casa Rosenir da Silva Inácio é moradora da Favela das Mangueiras há oito anos e disse que há dois meses recebeu um protocolo para ser beneficiada pelo programa de reurbanização da favela.

“Estou contando os dias para ganhar minha casa desde que anunciaram nossa mudança, mas até agora nada”, afirmou. (LC)

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