Em geral, vale deixar de lado o valor sentimental de uma casa pela compensação financeira de uma construtora interessada em comprá-la.

"Se o imóvel ficar incrustado, o dono poderá nunca mais conseguir por ele a quantia oferecida pela empresa", avalia Marcelo Molari, sócio da Geoimovel, organização especializada em pesquisas imobiliárias. "É vantagem negociar. Há casos em que a incorporadora paga mais do que o imóvel vale."

Mas o proprietário deve estar atento às condições da negociação. "O dono tem de estabelecer preço, forma de pagamento, analisar a idoneidade da empresa compradora e fixar prazo para a desocupação", diz o especialista em direito imobiliário Marcelo Manhães de Almeida.

Para determinar o preço,o ideal, recomenda Molari,é pedir a ajuda de um engenheiro avaliador.

As orientações se estendem também para a formade pagamento. "Se for em parcelas, será preciso prever garantias no contrato. É muito comum o pagamento ser mediante permuta de imóvel", acrescenta Manhães.

"Um imóvel pode ser oferecido pela incorporadora ao proprietário da área onde será realizado o empreendimento como garantia da obrigação de entregar as unidades permutadas", explica.

A aposentada KaterinaPapalardo, 75, trocou a casa em que morou com a família por 47 anos na Vila Olímpia (zona oeste) por quatro apartamentos na Vila Andrade (zona sul). "Para a família foi uma vantagem, os apartamentos ficaram para os meus quatro filhos", afirma.

No caso de permuta, o morador deve atentar para o valor do condomínio que terá de pagar. "A única desvantagem que encontrei na troca da casa pelos apartamentos foi o condomínio; no início eu fiquei muito apertada", conta Papalardo. "Agora, o pagamento está na responsabilidade dos meus filhos."

Regiões da cidade de São Paulo com grande adensamento de casas são as que têm maior potencial de verticalização, segundo a Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio).

REGIÕES VISADAS

Assim, atraem incorporadores interessados em comprar essas propriedades para compor terrenos onde lançarão os empreendimentos.

"Ipiranga, Jabaquara, Vila Mariana, Interlagos [zona sul], Morumbi, Butantã, Perdizes [zona oeste], Penha, Vila Prudente [zona leste] e Santana [zona norte] são bairros com capacidade para futuras construções", especifica Luiz Paulo Pompéia,diretor da Embraesp.

Alguns moradores desses locais se dizem contra a verticalização. "Traz problemas hidráulicos, falta de luz, calor e perda da qualidade de vida", diz o presidente da Amavm (Associação de Moradores e Amigos da Vila Mariana), Oswaldo Luiz Baccan.

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