WEBER SIAN Estandes sofisticados ajudam a vender ESTRUTURA Estande da Copema, que custou R$ 1 milhão, tem sala de atendimento jurídico e butique

A concorrência acirrada do mercado imobiliário e a conquista de um público cada vez mais exigente provocaram uma modernização na estrutura dos estandes de vendas das construtoras.
Desde o sistema estrutural utilizado, a agilidade na construção, os materiais de revestimento, o projeto de decoração e paisagismo, aos diferenciais que eles oferecem, nem de longe nos fazem lembrar os antigos pontos de vendas de uma década atrás. Em Ribeirão Preto, o novo conceito de estande ganhou força entre os últimos quatro e cinco anos, com o boom do mercado.
Ambientes com pé-direito duplo, projeto de iluminação destinado a valorizar as maquetes, jardinagem, climatização perfeita, espaço bar/café, área de recreação infantil com monitores e até mesmo atendimento jurídico.
“Hoje desenvolvemos até espaços de atendimento aos clientes para estudar modificações no imóvel, a chamada butique”, comenta o diretor da Copema, José Renato Magdalena.
E o investimento na ambientação desses estandes é pesado, representa atualmente entre 1% e 1,5% do Valor Geral de Vendas (VGV) do empreendimento. E eles são construídos com o único objetivo de conquistar o possível comprador, já que ao final da comercialização toda a estrutura costuma ser destruída.
“A estrutura permanecerá por seis meses, no começo da obra o estande é demolido, após esse período 90% se perde, somente parte do mobiliário pode ser aproveitado”, comenta o diretor de incorporações da Trisul, Ricado Stella.
Somente para a comercialização do primeiro empreendimento da construtora em Ribeirão Preto a empresa investiu R$ 1,2 milhão no complexo: estande de vendas, apartamento decorado e material de apresentação.
“O cliente é envolvido pelo clima do estande. Ele precisa se sentir em casa para tomar a decisão da compra, utilizamos todos os elementos para proporcionar isso, o que justifica o investimento”, declara.

Em 15 dias
Estandes que levavam mais de 45 dias para serem construídos, agora podem ser erguidos em 15 dias. “O sistema drywall (estrutura metálica e gesso) permite essa agilidade. Antes utilizávamos alvenaria convencional ou com alvenaria”, comenta a arquiteta Zelena Rivaben.
O diretor da Copema comenta que em Ribeirão preto esse novo conceito passou a ser desenvolvido há cerca de cinco anos, com o surgimento dos edifícios mais sofisticados na região da Fiúsa. “Eles ganharam um caráter mais nobre, traduzindo o perfil desses empreendimentos”, diz.
Segundo ele, antes não existia um valor especificado para investir nos estandes, percentual que começou a vigorar quando passou a ser incorporado ao plano e ao objetivo de vendas. “ A racionalização do estande está relacionado sempre ao VGV”, declara.
E essa sofisticação está aparente em todos os detalhes. Os porcelanatos revestem pisos e paredes, os vidros ocupam grandes vãos e peças de design marcam o mobiliário. “É uma estratégia de venda. Um ambiente criado para proporcionar uma venda agradável, para que a pessoa possa passar um longo período”, fala Zelena. “Um processo que começou timidamente, mas sem volta”, completa.

Decorado
“Com toda essa estrutura o cliente consegue enxergar melhor o produto que está adquirindo e a sua distribuição espacial”.
E os estandes passaram a acoplar os apartamentos decorados. “Por uma questão de economia usávamos o primeiro andar da própria estrutura do edifício”, lembra Magdalena.
Mas foi a necessidade de agilização do potencial de vendas, para se garantir uma velocidade de vendas maior, que levou as construtoras a agregá-lo ao estande. “Esse conceito já está embutido culturalmente nos grandes centros, onde ele é ainda mais explorado”, diz.
Para os diretores, a infra-estrutura nos estandes representa uma facilidade para que os clientes não saíam com dúvidas e isso se torne um impedimento na decisão. “Transmite confiabilidade, alinhava a venda porque demonstra a seriedade do trabalho”, conclui Magdalena