Os meses de janeiro e fevereiro são um período de vacas gordas para o mercado imobiliário em Ribeirão Preto.
A procura de imóveis por estudantes que vêm freqüentar escolas da cidade aquece os negócios e movimenta, sobretudo, o comércio de locações.
Como o período de permanência é relativamente curto – enquanto durarem os estudos –, a demanda pela compra de imóveis costuma ser bastante rara.
A safra estudantil começa no início de janeiro e vai até meados de fevereiro. Como reza a lei da oferta e da procura, os preços sobem conforme a demanda aumenta.
Os valores, segundo o delegado regional do Creci (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) em Ribeirão Preto, Sinésio Nunes Rodrigues, sofrem um acréscimo que varia de 10 a 20%, dependendo da localidade e do imóvel. “Todo imóvel tem um acréscimo em função do mercado”, comenta.
KITCHENETTE
Em geral, o perfil do imóvel procurado pelo estudante é a kitchenette e o apartamento de um dormitório. Num segundo plano, estão os apartamentos com dois quartos.
Casas térreas são opção indicada somente àqueles que já conseguiram reunir um grupo para dividir o espaço e ratear as despesas.
Os preços são bem mais em conta quando comparados aos apartamentos, mas é preciso garantir um grupo de ao menos quatro pessoas para não sair no prejuízo.
Valor
Segundo o corretor Antonio Carlos Maçonetto, o aluguel de uma casa com três dormitórios sai em média por R$ 500. “Praticamente o mesmo valor de um apartamento de um dormitório, somados os valores do aluguel e do condomínio”, diz.
O aluguel de uma kitchenette sai mais em conta: em média entre R$ 350 e R$ 400, com condomínio incluso.
Os valores, segundo os corretores, não tiveram reajuste em relação ao mesmo período do ano passado. “O que define valores é o mercado”, aponta Maçonetto.
“Não adianta você reajustar um imóvel. Se num mesmo prédio tiver dois apartamentos iguais por valores diferentes, o mais caro corre risco de ficar vazio porque está fora do valor de mercado”, avalia.

Imóvel próximo de escola ganha preferência do inquilino

A preferência dos estudantes é morar próximo do local onde irão estudar. “Quando isso não é possível, a segunda opção é o centro da cidade, devido à facilidade de locomoção e transporte”, explica Sinésio Rodrigues.
O valor alto do condomínio costuma ser um entrave para o locatário estudante. “Tem locais que o condomínio é o mesmo valor do aluguel”, cita Maçonetto.
Por isso, a regra é sempre fazer as contas. Segundo o corretor de imóveis e dono de imobiliária, os prédios mais baixos costumam ter aluguéis mais caros e condomínio mais barato. Já nos prédios altos, a situação é inversa.
Alguns edifícios adotam em sua convenção a política de vetar estudantes e moradores solteiros ou separados, dando preferência a casais e famílias.
Preconceito - A regra, porém, é vista como preconceito pelos profissionais e clientes do mercado imobiliário. “Já houve casos de locatário que entrou com ação na justiça e garantiu não só o direito à permanência no local como indenização por danos morais do condomínio”, cita Maçonetto.
Para ele, independente do perfil do inquilino, se estudante, solteiro ou família, todos estão sujeitos às regras do contrato de locação e às normas do condomínio. “Quem não cumprir, vai ser punido”, conclui.

Anna Regina Tomicioli