foto: J.F.PIMENTA
As residências ficam mais movimentadas nesta época do ano. Com as férias escolares, as crianças tendem a passar mais tempo dentro de casa, ou seja, a probabilidade de acontecer algum acidente aumenta. É o que mostram as estatísticas da Divisão de Operações do Corpo de Bombeiros de RP.
“Nos meses de julho, dezembro e janeiro a incidência é maior. Cerca de 80% dos acidentes neste período envolvem crianças de 1 a 10 anos”, comenta o tenente Rodrigo Leal.
Pequenas atitudes e o uso de equipamentos de prevenção podem evitar estes acidentes. “A nossa cultura é acreditar que os acidentes só acontecem com os outros, que não seremos vítimas. Se há criança pequena, é preciso se precaver”, afirma o tenente.
Há cerca de um mês Patrícia Gogliano Barreto passou por um susto. Seu filho de um ano e cinco meses quase se afogou no vaso sanitário.
Apesar de ser cuidadosa e ter colocado vários utensílios de segurança, no apartamento há trava de gavetas, protetores de porta e de quinas de móveis, um pequeno descuido quase provocou um acidente.
Ela conta que estava assistindo a um desenho animado com o filho, quando ele saiu da sala para ver o pai na cozinha.
“As crianças são espertas e rápidas. Notei que ele estava quieto demais e quando o procurei estava com a cabecinha dentro de vaso sanitário. Havíamos esquecido a porta do banheiro aberta”, relembra Patrícia.
“Comecei a chorar de medo dele ter se afogado”, completa.
As travas de vaso podem evitar este tipo de ocorrência. Segundo o tenente, os equipamentos de segurança devem ser colocados quando os bebês começam a engatinhar.
“Assim que ele começa a transitar pela casa, é o momento de cercá-lo de cuidados. Não há como os pais fiscalizarem os filhos 24 horas por dia”, fala Leal.
O risco de choque elétrico pode ser minimizado com protetores. “As tomadas com sistema anitchoque possuem trava de proteção”, diz Sidnei Lena, diretor da Simon Brasil.

DIVISÓRIA
‘Portãozinho’ isola os locais de risco

Os acidentes mais comuns acontecem na área da cozinha, em escadas e em piscinas. São locais de grande atração para as crianças.
O tenente Rodrigo Leal ressalta que nunca se deve deixar uma criança ter acesso, sozinha, à cozinha. Se ela virar o botão e deixar o gás aberto, pode ocorrer uma explosão.
“Se você ligar uma luz e a mistura de gás estiver ideal, pode atingir o limite de explosividade. Qualquer faísca pode provocar uma explosão”, explica Leal.
No mercado existe divisórias tipo ‘portãozinho’, que isolam ambientes e devem ser colocadas na entrada da cozinha. As grades também servem para impedir o rolamento em escadas, que podem acabar em graves acidentes. As piscinas devem receber tela protetora, assim como as janelas. Para vedar as gavetas com facas ou medicamentos existem travas que impedem que elas sejam puxadas. “Coloquei as travas assim que o Rafael começou a ficar em pé”, diz Patrícia Barreto.