Após alta de 42% em 2010, valor total de lançamentos deve crescer entre 5% e 15% neste ano, diz estudo. Escassez e preço alto de terreno, além de mão de obra cara, limitam lançamentos na capital, afirmam analistas.

Depois da explosão de lançamentos de 2010, o setor imobiliário da região metropolitana de SP, incluindo a capital, deve crescer a um ritmo bem menor neste ano.

Estudo da imobiliária Lopes projeta, para 2011, expansão de 5% a 15% do valor total dos imóveis lançados. O volume ficaria entre R$ 26 bilhões e R$ 28 bilhões.

O número de 2010, de R$ 24,9 bilhões, foi 42% maior que o de 2009. E representou quase 45% do total de lançamentos do país, considerando tanto imóveis residenciais quanto comerciais.

Mas, mesmo com redução do ritmo de crescimento neste ano, o valor total de lançamentos na região de São Paulo deve bater novo recorde. "Ainda que outras regiões do país cresçam, o mercado de São Paulo seguirá muito representativo", diz Mirella Parpinelle, diretora de atendimento da Lopes.

Entre os analistas, e mesmo dentro das construtoras, há quem aposte que o setor imobiliário brasileiro como um todo vai acompanhar a desaceleração de SP neste ano, fazendo com que a fatia da região nos lançamentos totais permaneça em pouco mais de 40%.

Mas os motivos da perda de fôlego mudam conforme o endereço. Na capital paulista, as restrições impostas à construção em algumas áreas, a escassez e o alto valor dos terrenos são alguns dos fatores limitantes, assim como o encarecimento da mão de obra.

Em outros locais, a capacidade de endividamento da população -em que a renda tem peso importante- e a infraestrutura são aspectos a serem considerados.

"O mercado imobiliário nacional vai continuar crescendo, mas em um ritmo menos intenso e com mais disputa entre as construtoras pelos mesmos mercados", afirma João Crestana, presidente do Secovi-SP (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis) .

EXECUÇÃO
Houve um grande movimento das empresas rumo a novas áreas, principalmente nos últimos três anos, seja para ter presença em mais regiões do país ou em cidades pequenas e médias do Estado de São Paulo.

Algumas companhias cresceram por meio de aquisições, como a PDG Realty, que comprou a Agre em maio de 2010. Outras aumentaram o número de parcerias locais, como a Cyrela -que reduziu a previsão de valor de lançamentos para este ano. E outras ainda, como a MRV, investiram em aumentar as unidades construídas em cada canteiro de obras.

As estratégias podem ser diferentes, mas, em geral, as construtoras têm enfrentado uma mesma dificuldade, de acordo com analistas: executar as obras no prazo e com os custos previstos -situação que tem levado ao aumento expressivo do número de reclamações de consumidores.

"Os custos, principalmente de mão de obra, começam a pesar mais", afirma Eduardo Silveira, analista da Fator Corretora.

Nesse cenário, as empresas têm anunciado mais investimento em novas tecnologias -como para usar mais material pré-fabricado nas construções-, treinamento de mão de obra e melhoria na gestão das obras feitas com parceiros.

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