Um dos grandes – podemos dizer mesmo mega - conflitos do presente século XXI está sendo entre Ecologia e Economia. A busca constante da conciliação de ambas deve ser a marca do bom senso.

Afinal, nem podemos continuar destruindo nosso habitat, o oikos em que vivemos, nem podemos deixar de criar riquezas para satisfazer as necessidades – e até o luxo, por que não dizer? – do ser humano. Desenvolvimento sustentado é a expressão que, inclusive, muita gente nem sabe o que é.

Todo mundo fala de efeito estufa mas pouca gente sabe que pode, mesmo individualmente, ajudar a combater o aquecimento global. O aquecimento é obra de todos – uns mais, outros menos, como em tudo – sendo curial esperar-se que todos, igualmente uns mais e outros menos, atuem no sentido de adequá-lo a um nível tal que permita desenvolvimento econômico, a geração de riqueza, sem agressão ao meio ambiente.

Como compensar o carbono lançado ao ar ao longo de todo um ano? Resposta: reflorestar é a chave para estabelecer-se um contraponto à poluição que produzimos tanto vivendo como gerando riqueza. Toda atividade econômica que consome combustível, que consome luz, libera carbono. E, liberando carbono, produz o gás carbônico, conseqüência da mistura de carbono com oxigênio.
Como equilibrar-se, como igualar-se a conta?
Uma das alternativas é plantar muita árvore, se possível na seguinte proporção: para cada veículo movido à gasolina, meia dúzia de árvores. Este é o cálculo que ecologistas fazem na linha de se tentar seqüestrar o gás carbônico, um dos – há mais – vilões do efeito estufa.


Este o intróito.
Imagine que você esteja interessado em fazer um investimento imobiliário, comprando um terreno.
Se você tiver preocupações ecológicas, que são legítimas e se você igualmente tiver preocupações econômicas, que igualmente são legítimas – muito mais do que apenas legais – busque adquirir o lote de terra em lançamentos novos que demonstrem esta preocupação, este objetivo de conciliar desenvolvimento econômico com preocupações ambientais.
O cálculo não é difícil de ser feito. Anote a quantidade de lotes do lançamento. Multiplique por quatro, a média de pessoas que mora em cada uma das residências a ser construída. E novamente multiplique por quatro, considerando-se que cada pessoa deve ter seu próprio veículo.
Uns têm nenhum mas outros têm mais de um. Obtido esse número, faça nova multiplicação por seis. O resultado é a quantidade de árvores que precisam de ser plantadas no local, tanto nas ruas, praças e prédios públicos como em pequenas reservas florestais que cada loteamento deveria ter.
Você, claro, não resolveria o problema do gás carbônico, do efeito estufa e de outras preocupações ambientais legítimas.

A legitimidade é filha do tempo.
Mas você teria, pelo menos, feito sua parte. O que um carro a gasolina lança de carbono ao ar em um ano pode ser compensado, zerado, com o plantio de meia dúzia de árvores. Meia dúzia não é um número cabalístico. É número de estudiosos do meio ambiente.

VICENTE GOLFETO