foto: F L PITON
A Gafisa acaba de assinar contrato de aquisição da AlphaVille Urbanismo S/A, que passa a operar como empresa subsidiária, até a conclusão da transação que deve acontecer nos próximos cinco anos. Até o final deste ano, 60% das ações terão sido compradas, no valor de R$ 201,7 milhões. A aquisição une duas marcas consagradas no mercado imobiliário.
A Gafisa é uma empresa de capital aberto e uma das líderes no ramo de incorporação e construção no segmento residencial no Brasil. Já a AlphaVille, de médio porte e capital fechado, é tradicional no ramo de condomínios de alto padrão.
Na análise da economista Rosalinda Pimentel, coordenadora do curso de administração da Unaerp, a aquisição da AlphaVille pela Gafisa muda a estrutura social da empresa e confirma uma tendência natural da globalização. Um processo que já vem acontecendo em todos os setores da economia, no Brasil e no Exterior.
“É o processo de centralização, o oligopólio. As pequenas empresas vêm perdendo espaço e sendo ‘engolidas’ pelas grandes. No setor automobilístico, por exemplo, o poder está nas mãos de 6 ou 7 grandes empresas, apesar de muitas vezes as marcas serem mantidas”, comenta Rosalinda Chedian Pimentel, economista e coordenadora do curso de administração da Unaerp.
A diretoria da AlphaVille confirma esta tendência de mercado como um dos fatores da venda. “Um reposicionamento estratégico. Nós entendemos que o todo deverá ser maior que a soma das partes, a união representará um grande incremento nos negócios”, avalia Nuno Lopes Alves, diretor superintendente da Gafisa.
“Sentimos que nos nossos empreendimentos faltava a possibilidade da construção. Queríamos entregar o produto pronto ao cliente”, completa. Ele afirma que o contrato foi estratégico devido à complementariedade de negócios das duas empresas.
O staff da AlphaVille será mantido por pelo menos cinco anos. A economista comenta que é uma de estratégia adotada no sentido de reorientar de forma subliminar o consumidor, para que ele aceite de maneira tranqüila a substituição da marca.
A tendência neste tipo de transação é que com o tempo haja mudança do staff, quando a equipe assimilar a cultura da empresa controladora. “Gradativamente vai ocorrendo uma substituição da marca. Um exemplo do que está ocorrendo com o Santander/Banespa”, cita Rosalinda.
A diretoria afirma que a marca será mantida. “Hoje todos associam o nome a um empreendimento de qualidade, o que age como um grande ativo de vendas”, fala Alves.
A venda da empresa deve ter um reflexo positivo para quem deseja investir ou já possui lotes. Já os futuros compradores deverão pagar um pouco mais caro para morar em um dos condomínios da AlphaVille.
“Em termos de valor final do metro quadrado dos empreendimentos pode haver uma valorização”, conclui Rosalinda.

CONDOMÍNIO EM RP
Primeiros 600 lotes devem ser entregues no fim de 2008

O diretor superintendente da AlphaVille, Nuno Lopes Alves, afirma que a venda da empresa não altera a implantação do Condomínio AlphaVille, na Fazenda Boa Esperança, em Bonfim Paulista.
A primeira etapa na cidade deveria ter sido lançada no primeiro semestre deste ano, mas foi adiada para o segundo semestre de 2007. “Houve um atraso no lançamento, mas a aquisição pela Gafisa não modifica o projeto de Ribeirão”, afirma Alves.
Mas ele ressalta que com a união a idéia é oferecer produtos prontos para a clientela da cidade. “Nos lotes empresariais já iremos conceber uma forma de trazer a Gafisa para a construção de prédios de apartamentos”, explica.
Os primeiros 600 lotes devem ser entregues no final de 2008.
O investimento previsto para a implantação da infra-estrutura permanece na casa do R$ 50 milhões.
Como a exemplo de outras cidades o condomónio em Bonfim Paulista irá mesclar áreas residenciais, comerciais e de lazer, numa área de 2 milhões de metros quadrados.
Destes, 700 mil m2 são de preservação de mata nativa.
No total serão 1650 lotes residenciais, 120 lotes empresariais e um clube com 140 mil m2.