Anna Regina Tomicioli

Na hora de comprar um imóvel, a burocracia pode pegar desprevenida aquela pessoa que fez as contas de sua despesa considerando apenas o valor do bem. Documentos necessários para a efetivação e o registro da compra e venda, seja de um imóvel financiado ou adquirido de terceiros, podem custar de até 5% do valor total do imóvel.
Uma despesa que a maioria das pessoas esquece de considerar na hora de fazer seus cálculos e acaba tendo surpresas quando é preciso desembolsar a grana.
O gerente regional da área de habitação da CEF (Caixa Econômica Federal), Celso Javorski, ressalta com os valores relativos a documentação – que inclui pagamento de ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis), registro do contrato de compra e venda e escritura do imóvel, além de outros documentos – precisam ser pagos à vista e com recursos próprios.
“Não podem ser incluídos no valor do financiamento e nem ser pagos com recursos do Fundo de Garantia”, explica o gerente.

CUSTOS
Despesas variam de 2 a 5% do valor do imóvel

Segundo o gerente da Caixa, as custas com documentação podem variar de 2 a 5% do valor total do imóvel. “Quem reservar a quantia de 5%, vai trabalhar com uma margem de segurança para todos os gastos necessários”, orienta.
Ele explica ainda que para os imóveis financiados com recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) o próprio documento de financiamento tem força de escritura pública, o que não acontece com os imóveis comprados ou financiados com recursos próprios.
“Neste caso, é necessário lavrar a escritura em cartório”, diz ele ao citar um gasto a mais.
Na planta
Atualmente, para imóveis vendidos na planta e financiados pela Caixa, o agente financeiro tem embutido no financiamento os valores da documentação. Quando o imóvel é comprado de terceiros, existe a possibilidade de comprador e vendedor negociarem quem vai arcar com o pagamento de documentação. Às vezes, o comprador paga o imóvel à vista com a condição do vendedor providenciar os documentos. Tudo depende da negociação entre as partes.
Custo maior
Quem financiar imóvel vai ter um custo maior do que quem paga a vista no que diz respeito a gastos com documentação, informa o vice-presidente estadual do CRECI (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis), Walter Alves de Oliveira. “Isso porque para financiar a compra, os agentes financeiros exigem documentos do comprador, do vendedor e do imóvel”, justifica. Já aquelas pessoas que fazem a compra à vista, precisam somente da documentação do imóvel e do vendedor.
Recomendação
Mesmo assim, para ambas as situações, ele recomenda uma reserva de 5% do valor do bem para a papelada. “As pessoas acham caro, mas é a regra do jogo. Não há o que questionar. Tem que pagar e pronto”, conclui.