Por resultar num volume de construção superior, graças ao maior tamanho das unidades (298 metros quadrados de área privativa, em média), os imóveis novos de quatro dormitórios ou mais representam mais de 50% do volume lançado em valor no primeiro trimestre de 2004.

O incremento nas áreas comuns dos apartamentos desse segmento de alto padrão, com implantação de sofisticadas áreas de lazer e projetos paisagísticos elaborados, despertaram ainda um aumento da procura total por novos lançamentos, com VSO (Venda Sobre Oferta) de 13,1%.

Os dados são da Pesquisa Secovi-SP do Mercado Imobiliário, que expõe os números de performance do setor no município de São Paulo. Segundo o levantamento, no primeiro trimestre de 2004 foram colocados à venda 3.856 imóveis novos contra 5.791 unidades, no mesmo período de 2003.

De acordo com Ricardo Pereira Leite, do Secovi, 70% dos lançamentos em valor ficaram concentrados nos bairros de mais alto poder aquisitivo da cidade.

Por número de dormitórios, verificamos uma predominância das unidades de dois e três, com 40% de participação no total para cada segmento. As unidades de um dormitório que ultimamente têm tido um volume baixo de oferta --no ano de 2003 foram lançadas apenas 3.123 unidades desse tipo, representando 11,8 % do total-- acrescentaram 252 novos produtos ao mercado (6,5% do total).

Comercialização

Nos primeiros três meses do ano foram comercializadas 4.872 unidades, divididas entre 2.114 imóveis lançados há menos de 180 dias (Lançamentos) e 2.758 lançados entre seis e 36 meses atrás (Pós-Lançamentos).

A VSO média do trimestre foi de 7,4%, resultado de uma VSO de 10,6% das unidades de lançamento e 6% das de pós-lançamento.

O Valor Geral de Vendas alcançou R$ 1,33 bilhão, de janeiro a março de 2004.

As unidades com maior desempenho foram as de dois dormitórios, com 1.913 imóveis vendidos e VSO de 8,5%, mas não houve disparidades altas já que as unidades de três dormitórios que tiveram a menor VSO fecharam com 6,4%.

Conforme os indicadores, o resultado do mercado foi fortemente influenciado pelo bom resultado dos lançamentos (há menos de 180 dias), o que pode identificar, segundo o Secovi-SP, um acerto por parte das incorporadoras em satisfazer as preferências dos compradores nos lançamentos mais recentes.

Uma amostragem desse esforço é o resultado verificado nas vendas de unidades de um dormitório, que sequer têm sido lançadas ultimamente em função do baixo desempenho, mas que graças a mudanças nos projetos alcançaram VSO de 22,1% no trimestre.

A opção por unidades recém-lançadas gerou ainda uma diminuição significativa do Prazo Médio de Venda (PMV) de 14 meses em janeiro, para 11 em fevereiro e sete em março.