Com a redução da taxa básica de juros nos últimos meses e desaceleração do aumento do preço dos imóveis na capital paulista, o investidor que busca segurança para aplicar seus recursos financeiros pode encontrar no mercado imobiliário uma boa opção de rendimento em 2012 frente ao que é oferecido pelo mercado financeiro. Há imóveis com retorno financeiro garantido. E não é só quanto à valorização das unidades, mas de ganhos com locação, que podem se transformar em complemento de renda do proprietário.
Os imóveis com maior procura para locação da capital hoje são chamados de “pão quente” entre os profissionais do mercado imobiliário. “São os residenciais de um e dois dormitórios. Há grande demanda por locação, são imóveis com preço mais em conta para quem quer investir e trazem bom retorno”, conta a diretora comercial da J2M Assessoria Imobiliária, Juliana Moreira de Magalhães, que atua na região da Vila Olímpia, Itaim-Bibi e Moema.
Segundo a diretora da imobiliária, nos últimos meses os preços dos imóveis estacionaram e há um movimento de investidores diversificando o capital aplicado em imóveis. “Tenho muitos clientes jovens, que eram apenas investidores da Bolsa, mas resolveram também fazer esse tipo de investimento pelo bom retorno”, conta.
Ela acrescenta que apartamentos menores e de valor mais baixo têm apresentado melhor lucro ao investidor.
“Se o valor de aluguel é de até 1% do preço do imóvel, no caso das unidades mais baratas é mais fácil conseguir esse porcentual do que nas mais caras. Um apartamento de R$ 1 milhão dificilmente será alugado por R$ 10 mil mensais, mas um de R$ 300 mil pode ser alugado por R$ 3 mil por mês e sempre estará ocupado”, comenta Juliana.
Para o presidente do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP), João Crestana, quem investe em imóveis tem não só o retorno da valorização dos preços ao longo do tempo, mas também os ganhos de aluguel. “A renda fixa rendeu próximo a 10% no ano passado, sendo que 6% foi inflação. Já o imóvel valoriza pelo menos a inflação e ainda há o aluguel, que descontado os impostos, sobra de 6% a 7% do valor do imóvel ao ano. As melhores opções são unidades voltados para a classe média e localizados em centros urbanos”, afirma.
O coordenador do curso de pós-graduação de negócios imobiliários da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), Ricardo Gonçalves, recomenda a quem quer começar a investir em imóveis pesquisar preços e buscar oportunidades nesse mercado. “É sempre bom consultar se o preço dos imóveis de interesse são factíveis. Faça uma pesquisa, veja quanto vale, se o preço está dentro do que o mercado pede e se haverá retorno. Tem que comparar com outras aplicação e ver a oportunidade de locação da unidade”, aconselha o professor.
Outra dica da diretora da J2M na hora de investir em um imóvel é ficar de olho no valor do condomínio e do Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU). “A oportunidade de alugar o imóvel está ligada ao valor do condomínio. Se for muito alto, o proprietário não vai conseguir um valor muito bom de aluguel ou pode até dificultar conseguir inquilinos”, comenta.
O pesquisador do Instituto Assaf, de análises econômicas, Fabiano Guasti Lima, também explica que investir em um imóvel é considerado um investimento de longo prazo que requer planejamento financeiro. A desvantagem dessa aplicação é a menor liquidez que um bem como esse tem no mercado, diferente da renda fixa ou de ações, em que o dinheiro pode ser resgatado a qualquer hora. E a vantagem é que o investimento pode ser visto como complemento de renda.