As pessoas que buscam imóveis novos na capital com preços até R$ 300 mil, faixa na qual está a maioria das unidades lançadas, devem se preparar para opções afastadas da região central da cidade. A constatação é de levantamento da Lopes, empresa de intermediação imobiliária, a partir de informações do mercado.

Maurílio Scacchetti, diretor da companhia, explica que a valorização dos terrenos dificulta a realização de empreendimentos na área central que possam ser vendidos abaixo desse valor. “Até há opções, mas na maioria das vezes de apenas um dormitório, o que dificulta a instalação de uma família”, observa.

Segundo ele, o mesmo pode-se dizer de bairros como Alto de Pinheiros, zona oeste, e Mooca, zona leste. “As ofertas nessa faixa até existem, mas em geral restringem-se a unidades de um dormitório“, afirma.

Estimativas do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP) dão conta de que os imóveis na capital tiveram valorização de 40% nos últimos cinco anos. “Creio que a alta deve dar uma trégua de seis ou oito meses, porque neste momento oferta e demanda estão em equilíbrio, mas em seguida o processo de alta deve voltar”, avalia Scacchetti.

Segundo o levantamento da Lopes, entre janeiro e outubro deste ano foram lançados no Estado empreendimentos que, juntos, somam cerca de 50,4 mil unidades. Do total, informa o trabalho, 29,2 mil, quase 60%, têm valor de venda até R$ 250 mil.

Roseli Hernandes, diretora da Lello Imóveis, lembra que em áreas periféricas há maior possibilidade de encontrar terrenos que permitam empreendimentos que podem ser vendidos na faixa entre R$ 250 mil e R$ 300 mil, mas a isso pode mudar. “Na Mooca, por exemplo, há apartamentos de 60m2 com preços na casa dos R$ 360 mil”, diz.

Ela lembra que com os preparativos da Copa do Mundo de 2014, algumas regiões ainda não tão valorizadas como Itaquera, devem ganhar destaque. O bairro é cogitado para abrigar o estádio que serviria de palco para a abertura do certame. “É um ponto da cidade que deve crescer consideravelmente em termos de importância”, afirma.

João Crestana, presidente do Secovi-SP, exemplifica que já há ofertas em Itaquera nas quais apartamentos de 70m² têm preço médio de R$ 270 mil. Em regiões mais centrais é difícil encontrar alternativas com área maior que 40m² e preço inferior a R$ 250 mil. “Os terrenos estão mais caros e os preços de venda também sobem”, analisa.

Ele observa que em 2002, a proporção de lançamentos de imóveis entre capital e região metropolitana era de 80% e 20%, respectivamente. Hoje, segundo ele, a razão está 50% a 50%.

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