Os imóveis de um dormitório se tornaram raridade no mercado, pressionando os preços e dificultando a vida de quem busca um apartamento pequeno e mais barato. Do estoque total de 10.442 unidades novas que a capital reunia em maio, apenas 577 tinham um quarto ? a maioria dos lançamentos era de três ou quatro dormitórios, informa o Sindicato da Habitação (Secovi-SP).

O resultado é que a velocidade de comercialização dos apartamentos pequenos vem crescendo mês a mês. Um índice do Secovi-SP, que mostra quantos imóveis são vendidos em relação ao estoque - o VSO (vendas sobre ofertas) - espelha bem esta situação. Só em abril, de cada 100 apartamentos de um dormitório colocados à venda na capital, 59 foram vendidos, o melhor índice do mercado.

Mas se a procura é grande e a venda é certa, por que as construtoras não apostam mais nesse tipo de lançamento? A resposta é simples: porque não vale a pena financeiramente. “O custo de construir um imóvel de um dormitório é o mesmo de construir um de dois dormitórios com metragem semelhante. E no de dois, o lucro é maior”, afirma Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.

Diante desse diagnóstico, Petrucci dá o veredicto: “a situação não deve mudar, os imóveis de um dormitório continuarão a ser raridade”. Por isso, quem procura um apartamento de um dormitório - seja para comprar, alugar ou investir - vai precisar de paciência e sorte. “Ou então terá de ser flexível e aceitar outras opções”, diz Elaine Fouto, gerente de marketing da Lello Imóveis.