O ritmo aquecido da construção civil em Ribeirão Preto integra lançamentos, empreendimentos em obras e outros em fase final. A indústria da pós-construção está aquecida em Ribeirão Preto. Até dezembro próximo, lojas e profissionais especializados em acabamentos, decoração e design deverão registrar movimentação de R$ 100 milhões.

O montante representa os investimentos após as entregas das chaves dos 2 mil imóveis acima de R$ 250 mil que  devem ficar prontos na cidade.

Especialistas ouvidos pelo A Cidade calculam um mínimo de 10% do valor de cada imóvel em investimentos pós-entrega.

O dinheiro é para  equipar um apartamento ou casa com móveis, cortinas, tapetes, ar-condicionado, montagem de cozinha, dormitórios, sala de estar, áreas de lazer e outras dependências.

Esse percentual pode chegar a 20% ou ser até maior.

"Depende do padrão e do quanto o dono pretende gastar de imediato. Há pessoas que gastam de R$ 80 mil a R$ 100 mil em armários e cozinhas em projetos de extremo bom gosto", diz  Jussara Aguiar Ribeiro, que tem duas lojas de design em interiores, ambas na zona sul.

Quase metade dos clientes das classes A e B prefere pagar à vista.

Geralmente, o primeiro investimento vai para o mobiliário e depois vem a decoração. Juliana Santos, gerente de uma loja especializada em tapetes contemporâneos e tradicionais no Jardim Sumaré, garante que as vendas aumentaram nos últimos três meses.

"A maioria dos clientes vem orientada e prefere objetos personalizados e mais valiosos", diz.

Segundo a arquiteta e urbanista Fernanda Antoniassi Evarini, de loja especializada em iluminação, ambientes sociais como a sala de estar, jantar e o hall recebem investimentos maiores.

"Para os demais ambientes da casa os gastos são menores", conta.

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Para Stélio Robusti, executivo de loja especializada em móveis e decoração, o segmento está aquecido desde 2010 com as entregas de imóveis cujas obras começaram  em 2008 e 2009.

"O aumento nas vendas foi de 30% com os imóveis que serão entregues já e esperamos outros 20% até o final do ano", garante.

Nem todos os imóveis serão ocupados de imediato, informa Robusti. Por causa da valorização do mercado, apartamentos e casas comprados podem ficar vazios e ser alugados.

Consumidor faz fila para garantir móveis

Quem comprou um imóvel e pretende equipá-lo conforme o seu gosto deve fazer encomenda antes. A maioria das lojas pede de 30 até 50 dias para a entrega e a instalação.

Claudinei Caromori, sócio-proprietário de uma loja de móveis projetados, entregou mais de 20 apartamentos completos nos últimos quatro anos. Todos os projetos foram encomendados antes.

"Quem vai receber as chaves em agosto, por exemplo, deve encomendar agora em maio", diz.

Preço

Outro motivo para a antecipação, lembra o economista Marcelo Bosi Rodrigues, do Sincovarp, é garantir preço menor. Por causa da inflação, artigos de acabamento, decoração e design também foram pressionados para cima.

"Assim como aconteceu como a mão de obra e insumos, que encareceram a construção", compara.

Compras precisam de planejamento

Equipar a casa ou o apartamento depois de pronta exatamente como se programou deve ser de maneira programada. O alerta é do economista  e especialista em indicadores econômicos, Flavio Antunes Estaiano.

"Às vezes é melhor vender um bem para investir no acabamento em lugar de contrair empréstimo", alerta.

O mercado oferece opções de pagamento parcelado em até 36 vezes e há linhas de crédito no setor financeiro. Algumas lojas trabalham com financeira própria em até 15 vezes, com juros de mercado.

O especialista lembra que é preciso ter prudência na hora de usar o cartão de crédito e que isso exige uma pesquisa de juros. "O consumidor pode se esquecer de que há encargos quando ele recebe a chave e é um custo que precisa estar no orçamento", complementa.
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