Para o funcionamento ordeiro e eficiente do mercado de capitais é fundamental que informação privilegiada não prejudique investidores que a ela não tiveram acesso. Por razões óbvias, a credibilidade do mercado de títulos e valores mobiliários fica afetada quando alguém ganha nas costas de outro investidor que não teve conhecimento da informação não disponível no mercado. No exterior, até mais do que no Brasil, este fato acontece. O caso Enron - nos Estados Unidos – fortemente noticiado e comentado, é ilustrativo dessa delicada situação.
Mas não é apenas no mercado de capitais que ocorreram e ocorrem ainda informações privilegiadas. No mercado de imóveis – tanto urbanos quanto rurais – igualmente se sabe da existência de informações privilegiadas. Para alguns privilegiados.
Não há decisão estratégica certa com informação errada. E a probabilidade de a decisão estratégica não ser a correta é também muito grande se a decisão for tomada sem informação alguma. Aquele que toma a decisão, então, não está nem bem informado e nem simplesmente informado. Ele não tem informação alguma.
No passado, amigos do rei tinham – notamente nas áreas federal e estadual – informações privilegiadas sobre investimentos em obras públicas. Que, executadas, valorizavam muito propriedades, tanto rurais quanto urbanas. Quando se tratava de traçado de rodovias, as informações eram valiosíssimas. Elas antecipavam investimentos. E aquisições.
Hoje informações privilegiadas partidas do setor estatal funcionam em escala menor. Embora ainda existam. É que o Estado não tem tido recursos para investir. Mas ainda induz o desenvolvimento. Daí podem surgir informações com alto valor estratégico. É por isto que a máfia diz: “de vez em quando, agüente um idiota. Ele pode lhe dar alguma informação de valor. Mas nunca discuta com ele”.
Atualmente, a grande informação é do setor privado, sobretudo de seus investimentos. E referem-se muito mais a imóveis localizados dentro do perímetro urbano do que os pertencentes à zona rural. Imagine você o seguinte: lança-se um loteamento. Todos os lotes representam investimentos semelhantes a boi magro. Agora, alguém sabe que um grande empresário do ensino – ou do setor de saúde – pretende construir prédio para abrigar uma universidade. Ou construir um prédio destinado a receber um hospital. Identifique aí a oportunidade de investir uma quantia de dinheiro. E – imediatamente após o início a construção das obras dos prédios que abrigarão a universidade ou o hospital – quanto, já de pronto, valorizará o terreno.
Para tanto, o de que você precisa é de ter informações em primeira mão. E confiáveis. A amizade, o relacionamento, neste caso, vale muito.
A decisão de comprar o imóvel é estratégica, quando se trata de local. E tática quando se trata de iniciar a construção. O francês diz que chaque chose a son temp. Ou, traduzindo: cada coisa tem seu tempo.
Nos manuais militares nos lemos o seguinte: “toda decisão certa tomada no tempo errado, é errada”.

VICENTE GOLFETO

Piramid Imóveis na cabeça dos Ribeirão-pretanos.