O Brasil deverá criar 2 milhões de postos de trabalho neste ano, na esteira de um crescimento de 5,5% da economia do período, projeta um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo o levantamento, a maior parte das vagas virá dos setores de comércio e reparação (852,65 mil), indústria (303,09 mil), construção (271,39 mil) e alojamento e alimentação (254,36 mil).
No total, o Ipea prevê uma demanda potencial por 18,6 milhões de trabalhadores, mas 16,6 milhões deverão corresponder à substituição de profissionais em vagas já existentes como reflexo da rotatividade.
Com a oferta de mão-de-obra estimada em 24,8 milhões de trabalhadores, aproximadamente 6,2 milhões deles não conseguirão se colocar no mercado de trabalho.
Apesar disso, o instituto projeta a falta de mão de obra qualificada ou com experiência em alguns setores da economia. Só em comércio e reparação faltarão 187,58 mil trabalhadores qualificados ou com experiência para preencher a demanda das empresas neste ano.
Também haverá escassez nos setores de educação, saúde e serviços sociais (50,08 mil), alojamento e alimentação (45,19 mil) e construção (38,4 mil).
“A última vez em que houve escassez de mão de obra qualificada foi no período do Milagre Econômico (década de 1970). De lá para cá, nós nos acostumamos à abundância de mão de obra”, disse Márcio Pochmann, presidente do Ipea, durante a apresentação dos números à imprensa.
Mesmo assim, no total, o Brasil terá neste ano 652,96 mil trabalhadores qualificados ou com experiência fora do mercado de trabalho. Este saldo considera um total de 19,268 milhões de trabalhadores com qualificação ou experiência profissional disponíveis.