O mercado de aluguéis residenciais da cidade de São Paulo apresentou estabilidade nos valores de locação no primeiro mês do ano de 2004, revela pesquisa do Secovi-SP (sindicato das construtoras e imobiliárias). A sandagem, feita entre 155 imobiliárias, mostrou que a alta dos aluguéis de dezembro para janeiro foi de 0,2%.

Considerando os últimos doze meses terminados em janeiro, a Pesquisa Mensal de Valores de Locação Residencial apontou que os aluguéis subiram 5,5%, variação ainda inferior mas próxima à observada nos índices inflacionários nesse mesmo período (o IGP-M foi de 7,2%, o IPC/Fipe, de 6,5% e o IGP-DI, de 6,2%).

O Secovi-SP verificou, porém, comportamento distinto quando analisados os dados classificados por número de dormitórios. No segmento de unidades de um quarto, os aluguéis de janeiro foram semelhantes aos de dezembro, enquanto nas moradias de dois ou mais dormitórios os valores apresentaram crescimento em torno da média geral de 0,2%.

O desempenho das empresas da amostra consultada foi melhor no início deste ano do que a performance do final de 2003. Para 44% das imobiliárias, o volume locado foi maior em janeiro de 2004 em relação a dezembro.

Demanda maior por casas

"Esse resultado", ressalta Sergio Luiz Abrantes Lembi, vice-presidente de Locação do Secovi-SP, "é fruto do bom escoamento das casas: 41% dos entrevistados declararam que a quantidade alugada desse tipo de imóvel aumentou neste início de ano".

Eliane Sanches Queiroz, sócia-proprietária da Queiroz Imobiliária, que atua há nove anos em bairros da zona norte, confirma os resultados da pesquisa: "A procura por casas realmente esteve bem acelerada em janeiro. Já no final de dezembro essa demanda podia ser notada".

Para Eliane, o crescente interesse por este tipo de moradia tem a ver, entre outros fatores, com a crise motivada pelo desemprego. "Tem muita gente voltando a morar com pai, mãe ou outros parentes por falta de dinheiro. Aí surge a necessidade de sair de uma casa pequena para outra maior."

José de Araújo da Silva, proprietário da Consi-Lar Imobiliária, empresa que opera em bairros da zona oeste, também diz que o mercado de locação de casas, em janeiro, apresentou sensível evolução.

"Na minha empresa, 80% da procura por locação tem sido por casas", afirma Silva. Ele diz que a oferta deste tipo de moradia não vem acompanhando o crescimento da demanda. "Se eu tivesse casas para alugar, faria de dez a quinze negócios por dia", diz.

Apartamentos

Se a procura por casas cresceu, o mesmo não aconteceu com os apartamentos. As respostas mais freqüentes das imobiliárias (45%) que participaram do estudo do Secovi-SP apontaram estabilidade no número de unidades desse tipo locadas nesse período.

Essa situação afetou a oferta, que também manteve-se no mesmo patamar do de dezembro do ano passado, segundo a maior parte das empresas consultadas (58%).