RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO

Ao rachar a segunda maior conta do condomínio, a de água, há moradores que se sentem desfavorecidos por acharem que pagam pelo consumo do vizinho que desperdiça.

Para encerrar a desconfiança, entra em cena o medidor individual. Por lei, sua instalação (e a possibilidade de reúso da água) deve ser prevista em todo novo projeto de prédio.

Em cada apartamento, um hidrômetro mede o consumo. O sistema calcula quanto cada unidade gastou e gera cobranças individuais. Dá até para monitorar os dados pela internet.

O custo, com equipamentos e instalação, é de R$ 550 a R$ 650 por unidade. A economia na conta de água varia de 20% a 40% -além de os moradores ficarem menos esbanjadores, o medidor permite localizar defeitos na instalação hidráulica, como vazamentos.

O sistema reduz em até 10% a taxa de condomínio, pois a administradora transfere o pagamento aos condôminos.

Mas nem todo mundo paga menos. No Le Quartier, em Perdizes (zona oeste), alguns moradores afirmam que não houve redução. "Teve gente que não achou vantajoso", conta o gerente do condomínio, Fernando Marques. Mas o conjunto, que gastava de R$ 13 mil a R$ 14 mil com a conta de água e só via o valor crescer, teve o gasto estabilizado em R$ 11 mil.

"No meu apartamento, onde moram quatro adultos e uma criança, o gasto continua o mesmo", calcula o síndico, Eduardo Borklian, 41. Ele diz que, apesar de justo, o sistema só faz diferença para quem consome pouca água.

A instalação, no entanto, não é viável para todos. "Prédios mais velhos têm várias colunas por apartamento para a distribuição da água", avalia Waldir Albieri, vice-presidente da Aabic (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo).