Os proprietários que investem em imóveis para locação querem, evidentemente, encontrar um inquilino que pague o aluguel rigorosamente em dia, recolha os devidos encargos e mantenha o imóvel conservado. Nada mais natural.

De outro lado, as oscilações de nossa economia e do próprio mercado imobiliário podem trazer situações adversas, como eventuais casos de impontualidade. Nessas horas, a palavra de ordem deve ser bom senso.

Acompanhando o noticiário e o dia-a-dia da administração de imóveis, pudemos constatar, nos últimos tempos, uma disposição maior por parte dos locadores em dialogar com os inquilinos que, por ventura, atrasem o pagamento do aluguel.

Entendimento

Levantamento recente do Secovi-SP (sindicato das construtoras e imobiliárias) apontou que o número de ações de despejos por falta de pagamento --que representa cerca de 90% das ações locatícias-- caiu 12,1% em dezembro na comparação com o mês anterior. No acumulado do ano, a diminuição foi de 1,5% em relação a 2002.

Os resultados reforçam não somente a procura cada vez maior pelo entendimento entre proprietários e inquilinos, como também a profissionalização das administradoras, sobretudo as mais tradicionais, que constantemente buscam inovar e reforçar seus sistemas de cobrança amigável.

Trata-se de uma situação extremamente salutar para o mercado. Se, por um lado, os proprietários sabem diferenciar o inadimplente eventual do contumaz, por outro as empresas especializadas em intermediação imobiliária estão se aperfeiçoando na correta condução do diálogo entre as partes.

Nesse sentido, 2004 promete novidades. Estamos convictos de que, com os indicadores favoráveis de nossa economia, o setor de locação residencial registrará movimentos maiores e mais sólidos.

José Roberto de Toledo é diretor da Lello Intermediadora de Negócios e
ex-presidente da Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo.