É o que mostra a pesquisa elaborada pelo FolhaNews, a agência de notícias econômicas e políticas da Folha de S.Paulo, que ouviu 40 economistas de bancos, corretoras, administradoras de recursos e consultorias.
Desse total, 80% (32 entrevistados) acreditam que o Copom vai reduzir os juros em 1,5 ponto, para 23% ao ano. Já 20% (oito instituições) acham que o corte será de 2 pontos percentuais.
A queda da inflação acima do esperado e o desaquecimento da economia são os principais fatores citados pelos economistas para justificar o terceiro corte dos juros do governo Lula.
A maioria estima que a taxa Selic deve fechar o ano em torno de 20% ao ano. Ou seja, as instituições esperam novas reduções dos juros nos próximos meses.
As incertezas sobre o ritmo da recuperação da economia americana e o desempenho dos títulos dos EUA de longo prazo são apontados como fatores que podem inibir uma ação mais agressiva do BC na redução dos juros, alertam alguns profissionais.
Na opinião de boa parte dos entrevistados, um corte de 2 pontos não seria considerado um ruptura na chamada "política monetária gradualista" adotada pelo BC, que consiste em reduções a conta-gotas da taxa Selic.
"O Copom vai continuar conservador e reduzir os juros em 1,5 ponto. Mas há espaço para um corte entre 2 e 2,5 pontos", diz o diretor do Itaú, Sergio Werlang, que foi ex-diretor do Banco Central.
Mesmo com uma eventual queda de 1,5% na taxa Selic, os juros reais (descontados a inflação projetada para 12 meses) vão continuar elevados, desestimulando o crédito e o consumo, diz o economista da Rosemberg Associados, José Augusto Savasini.
"O ideal era um corte de 3 pontos. Vamos torcer", afirma Savasini, que espera, no entanto, uma redução de apenas 1,5 ponto.
O economista-chefe do Citibank, Carlos Kawall, estima em 20% a probabilidade de um queda de 2 pontos nos juros na próxima semana.
"Seria uma surpresa positiva para o mercado. Espero uma redução de 1,5 ponto na próxima semana e que, em dezembro, a Selic esteja em 19%", afirma Kawall.
Já o diretor da área de administração de recursos do banco alemão WestLB, Aristides Jannini, diz que aguarda uma redução de 2 pontos.
"A economia do país está parada, após o arrocho forte dado pelo Copom no início do ano. Chegou a hora de virar essa página e afastar o risco de uma recessão", diz Jannini.
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