Não vamos entrar na discussão técnica a respeito da qual a região nordeste do Estado de São Paulo está numa encruzilhada: está construindo uma região metropolitana ou está construindo um aglomerado urbano?
Vamos considerar que o processo é de conurbação. E conurbação mais econômica do que física. Mas a conurbação física já está fazendo com que as cidades interajam economicamente. Inclusive do ângulo urbano.
Fiquemos com o centro da região que, para efeito de análise, entendemos como tendo 85 municípios dos quais os mais populosos são fatalmente centro de microrregiões. E, de todas as cidades mais populosas, Ribeirão Preto inegavelmente é o centro econômico que se destaca pelos braços do comércio varejista e dos serviços. Sua localização privilegiada tornou-a reforçadamente o centro. Sua logística é singular.
O município de Ribeirão Preto perdeu muito espaço físico nos últimos quarenta anos.
Depois de perder o atual município de Dumont, em 1965 – que era seu distrito – e de perder, em 1990, o atual município de Guatapará, que igualmente era seu distrito, Ribeirão Preto ficou praticamente sem espaço para crescer de maneira acelerada.
Outro dado interessante: a caminho da zona norte, chegando ao rio Pardo, Ribeirão Preto já conurbou com Jardinópolis de maneira que este município – dos ângulos econômico e urbanístico – é a zona norte de Ribeirão Preto. O extremo norte, diríamos. Do lado oposto, como Ribeirão Preto igualmente caminha rumo à zona sul, o próspero município de Cravinhos pode ser considerado – como contraponto a Jardinópolis – o extremo sul de Ribeirão Preto.
Ora, Ribeirão Preto tem se expandido muito menos no sentido leste e oeste – como já tivemos ensejo de comentar – e muito mais na linha diametralmente oposta, isto é, norte sul. Com isto, Cravinhos – bem antes de Serrana, que não configuraria seqüência da zona sul – adicionaria o dinamismo de seu desenvolvimento econômico, observado nos últimos anos, à sua localização privilegiada. Marcada como extremo sul de Ribeirão Preto, Cravinhos poderá desenvolver uma vocação que ainda não se manifestou: a de ser local para prosperar bairros residenciais de alto valor de mercado.
Quando se busca entender a realidade regional dos últimos dez anos, o que se nota é que os municípios com menor população estão apresentando, atualmente, maior taxa de crescimento demográfico do que os maiores, os mais populosos. A causa primeira – todos sabem – é a agroindústria, que produz cidades menos metropolitanas do que a indústria.
Mas há que se notar igualmente o relacionamento das cidades entre si. Por exemplo: Sertãozinho constitui-se no grande centro industrial da região. Mas isto é assunto para outro dia.

VICENTE GOLFETO